Governo do Estado escala dois auxiliares e começa devassa nas contas e na administração do Banpará

Secretários Renê Júnior, da Fazenda, e Adler Silveira, de Obras, assumem papel fiscalizatório como integrantes do Conselho de Administração do banco.

21/05/2025, 11:30
Governo do Estado escala dois auxiliares e começa devassa nas contas e na administração do Banpará
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epois de inúmeras denúncias e da tempestade de reclamações sobre dados, índices duvidosos, contratações suspeitas e de serviços mal prestados pelo Banco do Estado do Pará, o Banpará, o governo do Estado finalmente acordou e decidiu frear mandos, desmandos e absurdos que marcam a obscura gestão em curso na instituição.

Renê Souza e Adler Silveira têm a missão de vasculhar a gestão da presidente Ruth Mello, que segue em dificuldades/Fotos: Divulgação.
Fontes ouvidas pela Coluna Olavo Dutra apontam que o Executivo resolveu fiscalizar ‘de verdade' o Banpará por meio de uma devassa conduzida pelo Conselho Fiscal da instituição. A medida ocorre em um momento de crescente tensão nos bastidores do banco e tem como pano de fundo o interesse do governo do Estado em promover ajustes e garantir maior alinhamento da administração com as diretrizes do governo.

Fim do silêncio

A ofensiva ganhou contornos mais contundentes com a atuação direta de dois nomes de peso na estrutura estadual: Adler Silveira, atual secretário de Obras Públicas, que preside o Conselho Fiscal do Banpará; e René de Sousa Júnior, secretário da Fazenda, também integrante do colegiado. O que se diz é que, até então, ambos, por mais que façam parte da cozinha da instituição, estavam quietos.

Tanto Adler quanto René são figuras próximas do núcleo estratégico do governador Helder Barbalho. Os dois passaram a exercer uma atuação mais incisiva na análise de contratos, decisões da diretoria colegiada e documentos contábeis da instituição financeira. Para tanto, ganham ‘carta branca’ do governador para acessos a documentos e pedidos de informações, dentro da instituição.

Chama o Elon Musk

Um dos motivos para o ‘despertar’ teria sido a reclamação pública do diretor de TI do banco, Carlos Alexandre Silva, quanto aos prejuízos que o Banpará tem sofrido por conta do rompimento das fibras usadas pelo banco pelo maquinário que atua em obras de preparação da cidade para a COP30. A solução apontada por Silva seria um contrato emergencial com a Starlink, de Elon Musk, no valor de R$ 20 milhões para garantir internet e o funcionamento dos sistemas de comunicação do Banpará com seus clientes. 

Fontes próximas ao alto escalão do banco relatam que há um clima de tensão entre os diretores diante do temor de responsabilizações administrativas ou mesmo da abertura de processos que possam culminar em exonerações. O foco das investigações inclui desde contratos com fornecedores e operações de crédito até eventuais práticas administrativas fora dos padrões exigidos pela governança corporativa.

Dono do crédito

Resta saber se a torneira será controlada e o banco irá corresponder ao Executivo - seu maior credor - em responsabilidade e lucratividade - além de dar a devida resposta aos clientes.

Papo Reto

•O que impressiona é o fato de que todos os acusados, todos os cassados, todos os condenados e todos os presos repetem o jargão segundo o qual “confiam na Justiça”.  Oxalá respeitassem a Justiça antes do malfeito.

Veja a bomba que está prestes a explodir nas mãos do ‘carnavalesco’ Jackson Santarém (foto), presidente do “Rancho”: a sede da escola, que ele preside, no Jurunas velho de guerra, irá a leilão no próximo dia 30, às 9h.

•O lance inicial é de R$ 1,6 milhão e o valor pode ser pago à vista ou parceladamente.

O imóvel, que pertence à agremiação rebaixada este ano do Grupo Especial do Carnaval de Belém, conta com área de bilheteria, galeria de troféus, palco, camarim, biblioteca, sala de projetos sociais, bar, banheiros masculino e feminino. Quem dá mais?

•O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou o financiamento para ampliação da rua da Marinha, em Belém. Essa COP é uma doidice.

Há uma ‘indústria de invasão’ de terrenos em Marituba, na Grande Belém, onde, misteriosamente, os proprietários cedem, sem tugir nem mugir, aos novos ocupantes. Não precisa de inteligência policial - nem artificial - para identificar os responsáveis. 

•O Conselho Regional de Contabilidade procurou o Secretário Estadual da Fazenda, ontem, para reclamar das recorrentes instabilidades no Portal da Sefa e das solicitações de prorrogação de prazos das obrigações acessórias e tributos estaduais.

•Travaram as negociações para sanar o calote bilionário mais que anunciado - 1,7 bilhão de dólares - imposto pela Venezuela ao BNDES, ignorando as cobranças do Brasil.

•Se o Brasil fosse um País sério, quem validou a teimosia do empréstimo seria chamado a pagar a conta, mas...

O Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde animal para gripe aviária.

• Aliás, a morte de gansos e patos do zoológico de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, foram debitadas à doença.

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