silenciosa inquietação entre deputados da base aliada do governador Helder Barbalho na Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara Federal tem lá suas razões de ser: há riscos reais de que significativo número de parlamentares com mandatos em curso fique à beira do caminho nas eleições de 2026.

Há vagas
Detalhe: nas próximas eleições, o número de cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado deve aumentar de 41 para 45; na Câmara Federal, de 17 para 21 - o que não representa garantia de nada, mas apenas o número de concorrentes.
O que se diz agora é que a base política e aliada de Helder Barbalho observa com preocupação o movimento de algumas “cabeças coroadas” sinalizando as preferências do governador, quadro que remete às eleições de 2022, em que a composição capitaneada pelo MDB deixou candidatos sem mandatos, embora depois “acomodados” em cargos do governo e até em Secretarias criadas para esse fim. A lista de então incluiu os ex-federais Cássio Andrade, Vavá Martins, Paulo Bengtson, Cristiano Vale - e a situação parece mais um repeteco, mesmo na Assembleia Legislativa.
Orelha em pé
Ainda que focados em projetos de reeleição, parlamentares federais e estaduais estão de orelhas em pé ante o surgimento de nomes possíveis na disputa nas próximas disputados, como duas secretárias de Estado - Elieth Braga, na Secretaria de Cidadania -, Renata Coelho - Detran -, além de Sipriano Ferraz, que acaba de sair da Secretaria de Saúde para a Fundação Hospital de Clínicas, todos alinhados diretamente com Helder Barbalho e sua candidata à sucessão, a vice Hana Ghassan.
A secretária Elieth Braga renunciou ao segundo mandato como prefeita de Mocajuba para assumir a Secretaria de Educação no primeiro governo de Helder Barbalho e, no segundo, substituiu Hana Ghassan na Secretaria de Planejamento e Administração. Elieth é da cota pessoal de Hana.
Renata Coelho apareceu no início do primeiro mandato do governador como adjunta de Hana na Secretaria Planejamento e Administração, depois se estabeleceu na direção do Detran, chegando à Secretaria de Planejamento para uma temporada, retornando ao órgão de fiscalização de trânsito. Curioso neste recorte é que a Secretaria de Planejamento passou por uma triangulação, com Hana, Elieth e Renata fazendo meio campo no arranjo do governador para ajustar a máquina do Estado.
As duas atualmente são titulares de pastas com fortes tentáculos de impactos sociais, controlando os programas sociais do governo de maior visibilidade, que são as Usinas da Paz - Elieth Braga - e o programa “CNH Pai D’égua” - Renata Coelho. O programa Usinas da Paz é considerado um dos maiores equipamentos públicos de cidadania do País, com amplo leque de serviços, cursos, atendimento médico, odontológico e psicológico, aulas de hidroginástica, treino funcional, pilates, balcão cidadão, atendimento via Sistema Nacional de Emprego e oferta de cursos profissionalizantes. As 13 usinas oferecem média de 70 serviços à população, além de mais 26 unidades distribuídas por todo o Estado, com previsões de inauguração até 2026, gerenciada pela Secretaria de Cidadania de Elieth Braga.
No Detran, Renata Coelho é considerada responsável pela transformação do segundo órgão arrecadador do Pará em uma poderosa máquina de impacto social, com serviços e programas sociais gerenciados pelo departamento. O “CNH Pai D’Égua” é tido como o programa gratuito de emissão de habilitação de condutores de veículos. Somente em 2024, chegou a segunda edição entregando 60 mil CNHs nos 144 municípios do Pará. Este ano, está sendo ampliado, inclusive com edições especiais para um público específico - mães atípicas, mães de filhos neurotípicos, portadores de alguma deficiência física ou intelectual, síndromes raras, transtornos neurológicos, distúrbios do espectro autista ou doenças crônicas que exigem cuidados contínuos e especializados. Não necessariamente nesta ordem, aparece o novo presidente da Fundação Hospital de clínicas, Sipriano Ferraz, além de outros auxiliares de Helder que ainda estão nos bastidores.
Avaliação Doxa
O Instituto Doxa avaliou o desempenho dos atuais deputados estaduais com a seguinte pergunta: “Dos atuais deputados estaduais quem você votaria para voltar à Assembleia Legislativa nas eleições do próximo ano?”.
O levantamento incluiu os 10 primeiros colocados na preferência do eleitor da Grande Belém e aponta o seguinte quadro.
Em primeiro lugar, aparece Bob Fly, ligado ao prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do PSB, com índice de 6,2%; o deputado Zeca Pirão vem logo em seguida, ocupando o segundo lugar, com 5,5%. Thiago Araújo é o terceiro colocado, com 5,1%; Dr. Wanderlan vem em quarto lugar, com percentual de 3,7%; Erick Monteiro, que se desligou da “República de Ananindeua”, aparece em quinto lugar, com 3,4% das intenções de voto.
O presidente da Assembleia Legislativa, que deve sair candidato a uma vaga no Senado, o deputado Chicão, é o sexto colocado, com 3,3%, e Luth Rebelo, que aparece em sétimo lugar, com 3,1%. A oitava posição é ocupada por Ronnie Silva, 2,8%. Coronel Neil é o nono colocado com 2,7%. A décima posição ficou com o delegado Nilton Neves, 2,6%.
Papo Reto
·Ruídos de bastidores apontam que os deputados federais mais bem avaliados na Região Metropolitana de Belém atendem pelos nomes de Caveira (foto), do PL; Antônio Doído e Renilce Nicodemos, do MDB; Joaquim Passarinho, do PL; Dilvanda Faro, do PT; Raimundo Santos, do PSD; e Olival Marques, do MDB.
·O prefeito Daniel Santos marcou presença no final de semana em Ulianópolis e Dom Eliseu em eventos com casa cheia.
·Ex-deputado federal Beto Salame, a deputada federal Alessandra Haber, o ex-prefeito de Ipixuna Evaldo Cunha e a turma do PT de Dom Eliseu acompanharam o prefeito.
·Detalhe: a turma do MDB municipal de Dom Eliseu recebeu o chefe da “República de Ananindeua” e pediu a bênção, como manda a regra, atribuindo o gesto ao “abandono” a que estariam largados.
·Pensionistas e aposentados do INSS contabilizaram 1.345.817 solicitações de reembolso por descontos indevidos feitos por associações, conforme relatório publicado pela instituição na última sexta-feira.
·As informações foram coletadas até as 17h. Até quinta-feira, 15, já haviam sido registrados 1.051.238 pedidos de reembolso por parte dos segurados.
·O governo Lula cortou verbas das universidades federais, repetindo ato do governo Bolsonaro na mesma medida. Mas culpa o sucessor.
·Naquele momento, Bolsonaro entrou em choque com o MEC. O suposto “passivo” do governo anterior responde pelo ato de Lula.
·Comentário de um site nacional famoso: “A solução, claro, será endividar-se mais. Como diriam os Márcios Pochmanns que pululam nas federais, o governo pode emitir quanta dívida quiser, pois pode determinar a taxa de juros que remunera a dívida”.