Indígenas venezuelanos da etnia Warao ocupam Praça da Bandeira, em Belém, em nome da sobrevivência

Lei aprovada pela Câmara prevendo atenção aos refugiados ainda não saiu do papel; indígenas recém-chegados do sudeste do Pará sobrevivem da boa vontade da população.

12/02/2024, 12:00

Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados estima que a população de indígenas venezuelanos em Belém soma cerca de 700 pessoas, entre mais de 6,8 mil em todo o País/Fotos: Divulgação-Coluna Olavo Dutra.


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uem passa pela Praça da Bandeira nos últimos dias tem se deparado com dezenas de indígenas venezuelanos do povo Warao. São adultos, alguns idosos e muitas crianças que chegaram à capital recentemente, vindo da região sudeste do Estado. Eles são provenientes da comunidade Janakajamana. 

 

Pelos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2023, estimava-se que 700 indígenas viviam em Belém, recorte dos 6,8 mil refugiados em todo o País.

 

Cenas deprimentes

 

Na tarde do último sábado, uma cena desoladora em plena praça, uma das principais da cidade: menores sem roupa brincavam na chuva, enquanto mães muito jovens davam colo a recém-nascidos. Outros aguardavam o preparo de “arepas”, alimento muito tradicional da Venezuela, que estavam sendo preparados na brasa ali mesmo, na grama da praça. Crianças com pouco tempo de vida estavam com as mães sob o abrigo de reduzida cobertura de uma banca de revista. 

 

Segundo Rumenio Rattia, 23, o grupo chegou na última terça-feira em Belém, após deixar a cidade de Parauapebas, distante 720 quilômetros da capital. “Lá estava ruim, não tinha comida suficiente, apenas arroz. Estamos precisando de comida, frango, macarrão, mas também fraldas para crianças”, explica o venezuelano. Rumenio, os pais e muitos outros parentes Warao integram o grupo. A jornada no Brasil teve início há quatro anos.

 

Sem efeito imediato

 

Apesar da aprovação, em tempo recorde, da Lei n.º 9.897/2023, de autoria do vereador Fernando Carneiro, do Psol, que contou com os esforços da Ordem dos Advogados do Brasil e o Acnur, o que deveria garantir melhor atenção ao povo Warao em Belém ainda não surtiu efeito prático.

 

A situação dos Warao chama atenção e sensibiliza pessoas que circulam na área comercial. Um homem de identidade não identificada garantiu frangos para o almoço deles; outro levou uma cesta básica, mas, da parte do poder público, as iniciativas são muito aquém do esperado.  



 

Papo Reto

 

Seja lá quem tenham sido as “autoridades” que estiveram na casa ocupada por indígenas da etnia Warao, na última sexta, no centro de Belém, sobre elas pesa a suspeita de “omissão” de socorro médico.

 

Tuberculose, doença que teria acometido o indígena que veio a óbito, é  infectocontagiosa e de notificação obrigatória, portanto, as “autoridades” que lá estiveram e nada fizeram teriam sido omissas.

 

Leitor da coluna informa que o artigo 267 do Código Penal prevê como conduta criminosa o ato de causar epidemia, disseminando agentes patogênicos - vírus, germes, bactérias, entre outros.

 

A pena prevista é de dez a 15 anos de reclusão. Caso a epidemia causada resulte em morte, a pena é aplicada em dobro.

 

As “autoridades”, bom que se diga, se justificaram previamente informando que “respeitaram a vontade” do indígena doente. Basta?

 

A prefeita Patrícia Alencar (foto) bancou o nome do secretário Anderson Lima  para assumir a presidência do MDB em Marituba, o que representa uma pá de cal nas pretensões do ex-vereador e ex-prefeito tampão Mello.

 

Nos bastidores, a conversa é de que Everaldo Aleixo, Moisés Mendes e Mello articulam as bases oposicionistas contra a reeleição da prefeita.

 

Muitas pessoas que escolheram Salinópolis para curtir o carnaval perderam até sete horas de paciência para chegar ao destino por conta do tombamento de uma carreta nas proximidades de Santa Maria.

 

Definitivamente, os órgãos de fiscalização do trânsito em rodovias federais não estão equipados para lidar com esse tipo de acidente. Só Deus na causa.

 

O jogo em que o Castanhal perdeu em casa para o Caeté (3x2) foi de portões fechados por falta de acomodação para o público.

 

É que as arquibancadas metálicas cedidas ao clube foram retiradas para o carnaval. Coisas do futebol paraense.

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