Pronto Socorro Mário Pinotti, o conhecido Pronto Socorro da 14 de Março, corre o risco de entrar neste final de semana sem médicos cirurgiões da escala de sobreaviso, que ficam à disposição para casos de cirurgias, já que o hospital é a principal porta de entrada do sistema de urgência e emergência de Belém. O motivo é o mesmo das queixas de quase todos os médicos ligados à Prefeitura de Belém: falta de pagamentos dos plantões médicos.
Ontem, os médicos tentaram, mais uma
vez, se reunir com a diretoria de urgência e emergência da Secretaria de Saúde
(Sesma), e uma reunião chegou a ser marcada para 11 horas, mas ninguém da
Secretaria compareceu. Os médicos foram ignorados mais uma vez na tentativa de
negociar os atrasados.
Guamá na mesma batida
Em menor escala numérica de
profissionais, a situação no Hospital de Pronto Socorro Humberto Maradei, o do
Guamá, a situação dos cirurgiões vasculares também é a mesma, com muitos
pacientes esperando por cirurgias de urgências.
Um dos médicos revela que muitas
vezes ficam de 20 a 30 pacientes internados aguardando avaliação médica para
definição das cirurgias, muitas das quais não podem esperar muito.
“São hospitais que recebem pacientes
para cirurgias de muita urgência, como aneurismas e outras lesões vasculares
que precisam de atendimento imediato, correndo risco de morrer em poucas horas
se não forem operados e os médicos precisam estar no sobreaviso, mas para isso
precisam receber”, afirma.
Mudança de valores
Um dos médicos que está tentando
negociar com a Sesma informa que até o momento a Secretaria respondeu apenas
com uma proposta clara de não cumprir acordado, querendo mudar para menor os
valores de plantões já realizados no sistema de sobreaviso. “Eu pedi para
conversar e expliquei que nós deveríamos receber o que tinha sido acordado, e
que eles não podem mudar o valor retroativo, não é? Simplesmente já
trabalhamos, e agora, é anunciado que o valor mudou. Isso não existe.
Precisamos receber os atrasados para depois, sim, se for o caso, conversar
sobre novos valores”, disse o médico.
Ale adiantou, ainda, que caso essa
situação de pagamento não seja resolvida hoje, parte da equipe do vascular vai
sair do sobreaviso. “Vamos ter que reduzir ao ponto de não ter vascular no fim
de semana, ou manter o sobreaviso só durante o dia, e a noite não terá
sobreaviso. O problema, infelizmente, é que se eventualmente chegar algum
trauma vascular ou algo que demande uma urgência, a solução será transferir
paro o H Hospital Metropolitano, o único que poderá socorrer o pronto socorro
sem cirurgião vascular de sobreaviso, mas isso, claro, gera uma grande
sobrecarga lá também”, explicou o médico.
Maradei em negociação
Já os 16 médicos ortopedistas que
atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Maradei, servindo
de retaguarda e que haviam ameaçado paralisar nesta quinta-feira, 14,
suspenderam a paralisação por conta de uma promessa da Prefeitura de Belém de
pagar quatro meses, dos 15 que está devendo aos médicos.
O pagamento desses quatro meses seria
já na próxima segunda-feira e, portanto, enquanto aguardam o cumprimento de
mais uma promessa, os médicos vão manter os atendimentos das cirurgias
ortopédicas.
Papo Reto
A lista tríplice com o nome do advogado paraense Diogo Condurú (foto) para
as vagas destinadas à advocacia no Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF-1) deve ser encaminhada ao presidente Lula hoje.
O paraense foi o segundo mais votado, atrás do advogado Flávio Jaime
Jardim, do Distrito Federal, seguido da goiana Liz Marília Vecci.
Em linha direta com a coluna, Diogo Condurú diz não ter um cenário
desenhado sobre a fase seguinte do processo, mas que as expectativas são boas.
O Tribunal Regional Federal da 1º. Região não tem nenhum representante
do Norte e nem do Pará, que representa 65% da população e possui o maior número
de litígios do Norte.
Se o paraense não for nomeado, a próxima vaga da OAB só será
disponibilizada daqui a 20 anos, tempo em que o Pará continuaria sem
representante na corte.
Fosse o Brasil um País sério, a existência de 70 facções criminosas -
devidamente mapeadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública - atuando
abertamente no sistema carcerário nacional, já deveria, no mínimo, ter sido
alvo de uma CPMI.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) atuam em
24 Estados e no Distrito Federal, apurou a “Folha de S.Paulo”.
O CV está presente em presídios de 21 Estados, seis a mais do que em
2022. Já o PCC está presente em 23 Estados, dois a mais no mesmo período.
De vento em popa, o crescimento e a organização das facções criminosas
nos quatro cantos do País, a partir dos presídios, passa a sensação de que
"está tudo dominado". A quem interessa o infame descalabro?
O BNDES prometeu destinar R$ 336 milhões do Fundo Amazônia para promover
a agricultura sustentável e a alimentação escolar saudável.
Dez projetos serão selecionados por edital para atuar no fortalecimento
da capacidade de produção, aquisição e consumo de alimentos sustentáveis e da
sociobiodiversidade nos nove Estados da Amazônia Legal.