"Meio que sem querer", diretor do Banpará revela que obras da COP prejudicam banco

"Consequência da ação desastrosa é o comprometimento da comunicação entre o banco e os usuários", afirma Carlos Alexandre Silva.

06/05/2025, 12:15

Carlos Alexandre Silva abre o verbo em encontro nacional e faz o que a direção do banco jamais fez aos clientes/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


O


que deveria ser uma simples entrevista do diretor de Tecnologia da Informação do Banco do Estado, o Banpará, Carlos Alexandre Silva, acabou se tornando uma enorme casca de banana para o governo do Estado, que agora precisa lidar com mais um entre tantos episódios polêmicos relacionados às obras da COP30, evento mundial do clima que acontecerá em novembro, em Belém. Vamos ao caso como ele é.

A rigor, o diretor agiu em defesa de uma causa que a direção do banco jamais assumiu junto a milhares de clientes por todo o Pará: explicar, como exige a transparência, as razões da “paralisia” das agências do banco estadual em cada canto do Pará, prejudicados pelo que se convencionou chamar de desserviço. Carlos Alberto, por óbvio, corre risco de ser exonerado do cargo, mas assumiu a responsabilidade que lhe cabe como diretor, o que ninguém jamais fez, deixando margem a interpretações que depõem contra a instituição.  

A defesa da causa

Durante sua participação no Tech BankForum - 3ª edição, em Brasília -, Carlos Alexandre revelou que muitos dos problemas de comunicação entre o banco e o usuário e a precariedade na oferta de serviços têm como causa o rompimento de fibras óticas do Banpará pelo maquinário que atua nas obras da COP 30 em diferentes pontos da cidade. E são muitas obras.

O diretor de TI do banco não revelou, especificamente, em quais pontos esses rompimentos aconteceram, mas as informações são suficientes para gerar dor de cabeça e aumentar os gastos com novas contratações do banco. Belém passa por obras estruturantes na Doca de Souza Franco, avenidas Tamandaré, Duque de Caxias, Canal São Joaquim, rua da Marinha e na avenida Júlio César - onde, inclusive, está sendo construído o Parque da Cidade.

Pelo tom da entrevista concedida ao site Convergência Digital, Carlos Alexandre Silva queria mesmo era justificar a contratação de 200 antenas da Starlink, a multinacional da área de tecnologia liderada por Elon Musk - desafeto de Lula -, como solução para os problemas de comunicação enfrentados pelo banco. O contrato para a solucionar o problema vai custar R$ 20 milhões aos cofres do Estado.

Chama Elon Musk

Durante a entrevista, Carlos Alexandre Silva chega a afirmar que a solução de contratar antenas da Starlink é muito mais em conta do que restaurar todo o sistema de fibras danificado no Estado. O problema é que seria um custo menor caso os cabos precisassem ser trocados por tempo de uso ou por se tornarem obsoletos. Mas, neste caso, em que o material em bom estado foi simplesmente danificado, o que se vê, de fato, é um gasto não planejado pelo Estado e que, ao fim e ao cabo, acaba sendo pago pelo contribuinte.

Carlos Alexandre Silva também fala, durante a entrevista, sobre outros investimentos estratégicos em tecnologia para tornar o banco cada vez mais eficiente e moderno - discurso que vai completamente na contramão do que se constata entre os usuários do banco. De fato, o Diário Oficial do Estado publica constantemente valores e mais valores de contratações feitas pelo Banpará em TI e outras áreas, mas nada que minimize as queixas dos clientes.


Lucro astronômico

Conforme mostra um documento ao qual a Coluna Olavo Dutra teve acesso com exclusividade, a Assembleia Geral Ordinária realizada no último dia 30 de abril aprovou o repasse de R$ 141.185.367,19 em dividendos do Banpará para o Estado do Pará, seu acionista controlador. A quantia representa exatos 40,39% do lucro líquido de 2024, que fechou em R$ 368.068.562,89.

A questão é saber quanto desse lucro milionário será, de fato, revertido em investimento para evitar que o banco continue deixando seus clientes na mão. O Banpará ainda oferece ao cliente sistemas que travam, operações que falham, um aplicativo totalmente ultrapassado e agências que fecham as portas às 18h mesmo em áreas bastante movimentadas da cidade.

O lucro é alto. Os investimentos, ao que mostram as evidências, também. Ainda assim, o usuário segue no prejuízo, como se diretores e clientes do Banpará vivessem em universos paralelos, presenciando realidades diferentes.


Papo Reto 

O empresário Josiel Martins (foto), faleceu ontem em São Paulo, aos 83 anos de idade. As causas não foram reveladas pela família. O corpo será trasladado para Capanema, nordeste do Pará, para sepultamento.

•A concessionária de energia elétrica do Pará informa que já normalizou o fornecimento de energia de 100% das ocorrências coletivas na Ilha de Mosqueiro, causadas após o vendaval deste domingo, 4. 

No momento, as equipes atendem alguns casos individuais remanescentes que devem ser normalizados nas próximas horas.

•A empresa reforça que toda falta de energia deve ser registrada nos canais oficiais de atendimento, disponíveis 24h.

Cerca de 2,5 mil clientes tiveram impactos no fornecimento de energia durante um vendaval que se abatei sobre a ilha. 

•Especialistas, autoridades, empresários e representantes da sociedade civil discutem as oportunidades e os desafios relacionados à matriz energética regional, de 25 e 26 de junho, em Belém, na Fiepa.

O Amazon Energy tem foco em estratégias alinhadas à expansão da energia sustentável, respeitando as particularidades ambientais e sociais da Amazônia. 

•Entre os temas centrais das discussões, estão diversificação da matriz energética, inclusão social, inovação tecnológica e preservação ambiental, em mais uma programação com o selo Jornada COP+.

Redes sociais como o Faceboock estão alagadas de ofertas mais mirabolantes que, passado o prazo de entrega, viram pesadelo para quem acredita em "Papai Noel".

•As safadezas do "vende-nunca entrega" na internet seguem escancaradas, em lindos e massivos anúncios, sem qualquer incômodo dos órgãos de defesa do consumidor.

Está chegando no mercado a moto voadora da Volonaut, inspirada na franquia de “Star Wars” e em outros filmes de ficção científica. O veículo alcança 200 km por hora, movido por propulsão a jato.

Mais matérias OLAVO DUTRA