e non è vero, è ben trovato”, diz o adágio italiano. Se não é verdade, está muito bem contado ou inventado. Em política, as histórias correm a céu aberto, às vezes guiadas pela imaginação, outras arquitetadas a partir de fragmentos lógicos ou indícios. Os movimentos, frequentemente, traçam um caminho, e é possível, a partir dessas pegadas, atribuir destinos. É o caso dessa hipótese que se descortina aqui.

Esforço concentrado
Desde
o segundo turno das eleições de 2022, o governador Helder Barbalho mostra que
seu destino em 2026 é Brasília. Não disse isso, pelo menos em público, mas
todos os movimentos desde sua reeleição indicam esse destino.
O
combate aguerrido no segundo turno para fazer aumentar o resultado em favor de
Lula em um Estado dividido, de um lado, entre o agronegócio expandido e a
mineração predatória, e de outro, o fundamentalismo evangélico era um risco
que, diante de um percalço, poderia lhe custar caro.
Vindo
o resultado desejado, o esforço em abater José Priante, o preferido da bancada
do MDB na Câmara Federal, já postado na pasta hoje ocupada por Jader Filho,
custou muito ao governador, mas o resultado se mostrou efetivo, não apenas
porque, de fato, seu irmão número 1 ocupou o Ministério das Cidades, um dos
mais abonados do Planalto, como, por seu empenho pessoal e competência, Jader
Filho angariou a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já
assumiu, por gestos e palavras, o propósito de concorrer novamente ao cargo que
ocupa pela terceira vez.
Só
uma fatalidade tira Lula da cédula eleitoral em 2026, o que faz com que a
proximidade da família Barbalho com o presidente torne o jogo pro-Helder um
propósito reluzente.
A
hipótese de Helder Barbalho ser candidato ao Senado pelo Pará é dada como favas
contadas pela política local. Mas Helder quer mais: trabalha intensamente para
ser o candidato a vice-presidente na chapa de Luís Inácio, o que já foi
aventado até mesmo por um prestigiado veículo impresso de circulação nacional.
Acordo para cima
Semana
passada, Helder deu um passo decisivo. Após acordo com o ex-presidente Michel
Temer, cujo poder só aumenta em Brasília e alhures, o governador do Pará
anunciou apoio à recondução do deputado Baleia Rossi, aliado do ex-presidente,
à presidência do MDB, com a condição de sucedê-lo no próximo biênio. Na nova
gestão de Rossi, Helder ocupará a vice-presidência.
Em meio a essa movimentação em direção ao Planalto, Helder dá pistas de que pode haver alguma verdade na história de que o chefe do Executivo paraense pode chegar ao Planalto antes do tempo estimado pelos analistas de plantão. Nos corredores de Brasília circula o boato de que Lula convidaria Helder para ocupar um cargo no governo federal já no ano que vem. Isso levaria o governador reeleito a renunciar ao mandato, efetivando Hana Ghassan como governadora de fato.
Tal
ousadia teria uma recompensa suplementar, tornando a mexida de pedras um meeting
point: criaria a condição legal para tornar viável já em 2026 a candidatura
de Jader Filho ao governo do Pará. No tênis, meeting point ocorre
quando o jogador que está liderando precisa só de mais um ponto para vencer a
partida.
Visibilidade em alta
Porta-voz
maiúsculo da pauta amazônica, por sua articulação pela COP30 se realizar em
Belém e pelos resultados que têm exibido na pauta ambiental, a visibilidade de
Helder em Brasília integrando a equipe de Lula já em 2024 seria decisiva para
ampliar suas chances de ocupar a vice-presidência em 2026.
Ministério a um passo
A
mexida que muda o cenário local e alça Helder Barbalho ao cenário nacional de
modo definitivo não responde, contudo, a resolver um problema local. Lula tem
um problema substantivo diante de si que seria resolvido com essa complexa
mexida de pedras. Como é sabido, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
campeã do fogo amigo contra seu próprio governo, ordenou ao
Ibama indeferir o pedido da Petrobrás para as atividades de perfuração em
um bloco situado no mar equatorial norte, que a imprensa do sudeste insiste em
chamas de “Foz do Amazonas”.
A trava do Ibama
Marina
responde à pressão de poderosas Ongs internacionais que não querem aumentar a
competitividade do Brasil na produção de combustíveis fósseis, sem os quais o
País não poderá financiar a transição energética que necessita fazer nos
próximos quarenta anos. O parecer do Ibama condenou a Petrobrás a ser
observadora passiva da exploração petrolífera que potências estrangeiras já
estão fazendo no mesmo quadrante oceanográfico.
Em
agosto, contestando o parecer impeditivo, a Advocacia-Geral da União entendeu
que não é preciso uma análise ambiental preliminar, como exigida pela equipe de
Marina Silva, para que a Petrobrás proceda à exploração. Foi justamente a
ausência dessa análise que o Ibama apontou para vetar a exploração da Petrobrás
na região.
Uma decisão de Estado
Para
a Petrobrás e para o governo brasileiro, essa decisão não pode caber a um
órgão, mas deve ser decisão de Estado. “Tecnicamente, a margem equatorial é a
última fronteira do petróleo no Brasil, é um fator que pode mudar o jogo a
nosso favor e é fundamental para a segurança energética do País e para o
planejamento estratégico da companhia”, reforçou o diretor de Exploração e
Produção da Petrobrás, Joelson Mendes.
A
Guiana, país onde já foram descobertos mais de 11 bilhões de barris na chamada
“foz do Rio Amazonas”, exibe crescimento de mais de 60% no ano passado com a
exportação do produto. Estimativas modestas projetam para o Brasil cerca de US$
200 bilhões em arrecadação e distribuição de royalties para o
Amapá, Pará e Maranhão com a possível exploração do petróleo na costa norte do
País.
Solução de conflito
A
solução que o presidente Lula estaria desenhando para o conflito entre a
área ambiental e econômica do governo seria a criação de um Ministério da
Amazônia, responsável pela política de desenvolvimento econômico da região, das
políticas para a integração do meio ambiente e produção e do zoneamento
ecológico-econômico. Outra possibilidade seria a criação de uma Autoridade
Climática supraministerial.
Se non è vero
Em
qualquer dos casos, a pasta seria ocupada pelo filho mais novo do senador Jader
Barbalho. O Ministério do Meio Ambiente seguiria com Marina Silva, responsável
por “conhecer, proteger e recuperar o meio ambiente dentro do território
brasileiro, como reza o regimento do MMA, que prevê entre suas competências à
política de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas,
e biodiversidade e florestas assim como as políticas e programas exclusivamente
ambientais para a Amazônia Legal.
Nesse
caso, o Ibama sairia da pasta do Meio Ambiente e passaria à subordinação do
novo ministro, Helder Barbalho.
Papo
Reto
Ô gente! Quem vem de Soure, no
Marajó, conta que um dos comentários correntes é de que o ex-deputado federal
Nilson Pinto (foto) planeja disputar a prefeitura local. Só
pode ser brincadeira...
O
aniversário de um prefeito da região nordeste do Pará, ontem, com começou com
beijos e abraços, terminou em tapas e beijos.
O Mapa de Empresas, divulgado pelo governo federal, revela que
só no primeiro quadrimestre de 2023, 736.977 pequenas e médias empresas
fecharam as portas no Brasil, um alarmante aumento de 34,3% sobre o último
quadrimestre de 2022, ou 34,7% sobre o mesmo período do ano passado.
Mas Lula
afivela malas para aterrissar em Cuba na próxima sexta-feira, a fim de firmar
acordo de proteção a pequenas e médias empresas de lá, através da ampliação da
participação delas nas exportações.
O governo autorizou o uso da Força Nacional em Roraima, na terra
indígena Pirititi, em Rondônia, na Uru-Eu-Wau-Wau e também em terras indígenas
no cone sul de Mato Grosso e Alto Rio Guamá, no Pará.
Depois que
o ministro Toffoli invalidou provas contra Lula, o Ministério Público Federal
solicitou que o TCU também invalide punições da Lava Jato contra as
empreiteiras, na busca de "prevenir a insegurança jurídica".
Ocupantes ilegais foram removidos pela PF e autuados pelo
ICMBio, sexta-feira, em diversas unidades de conservação no Pará; houve
registro de destruição de barracos.
A Anatel
anunciou novas regras de portabilidade numérica para combater golpes, cada vez
mais rotineiros.
O Pix bateu novo recorde com 152,7 milhões de transações num
único dia.
O Brasil
já acumula 650,7 milhões de chaves cadastradas no Banco Central e 153 milhões
de usuários, sendo 92% pessoas físicas.
Dados de mais de dois milhões de usuários do Duolingo, aquele
curso de inglês no celular, foram parar em fórum utilizado por hackers do mundo
inteiro.
Acredite,
o Brasil lidera a corrida pelos ‘carros voadores’, com quase 3 mil encomendas à
Embraer.
A partir de janeiro, o Brasil volta a exigir visto para turistas
dos EUA, Canadá, Austrália e Japão a partir de janeiro.
O
Ministério da Fazenda prorrogou o prazo para credores se inscreverem na
plataforma do Desenrola, que agora vai renegociar dívidas de pessoas que ganham
até dois salários mínimos ou que estão inscritas no Cadastro Único.
Vida longa e reprogramação do DNA: especialista aponta como
humanos poderão viver por até 20 mil anos.
Com as
tecnologias certas, diz ele, uma simples alteração no DNA humano pode garantir
uma longevidade milenar.
Rede social processa o estado da Califórnia, nos EUA, depois que
foi obrigada a publicar políticas de moderação; lei exige transparência com as
políticas das plataformas em relação ao discurso de ódio, desinformação,
assédio e extremismo.