Movimentos apontam que estratégia do governador Helder Barbalho é chegar ao Palácio do Planalto

Em Brasília, circula o boato de que o presidente Lula convidaria governador para ocupar um cargo no governo federal já no ano que vem, mas os sinais de Helder, desde as eleições, vão além.

Por Olavo Dutra | Colaboradores

10/09/2023, 11:00
Movimentos apontam que estratégia do governador Helder Barbalho é chegar ao Palácio do Planalto
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e non è vero, è ben trovato”, diz o adágio italiano. Se não é verdade, está muito bem contado ou inventado. Em política, as histórias correm a céu aberto, às vezes guiadas pela imaginação, outras arquitetadas a partir de fragmentos lógicos ou indícios. Os movimentos, frequentemente, traçam um caminho, e é possível, a partir dessas pegadas, atribuir destinos. É o caso dessa hipótese que se descortina aqui.

Governador do Pará fecha acordo com ex-presidente Temer envolvendo o MDB que o coloca mais próximo da vice-presidência da República de Lula/Fotos: Divulgação.

Esforço concentrado

Desde o segundo turno das eleições de 2022, o governador Helder Barbalho mostra que seu destino em 2026 é Brasília. Não disse isso, pelo menos em público, mas todos os movimentos desde sua reeleição indicam esse destino.

O combate aguerrido no segundo turno para fazer aumentar o resultado em favor de Lula em um Estado dividido, de um lado, entre o agronegócio expandido e a mineração predatória, e de outro, o fundamentalismo evangélico era um risco que, diante de um percalço, poderia lhe custar caro.

Vindo o resultado desejado, o esforço em abater José Priante, o preferido da bancada do MDB na Câmara Federal, já postado na pasta hoje ocupada por Jader Filho, custou muito ao governador, mas o resultado se mostrou efetivo, não apenas porque, de fato, seu irmão número 1 ocupou o Ministério das Cidades, um dos mais abonados do Planalto, como, por seu empenho pessoal e competência, Jader Filho angariou a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já assumiu, por gestos e palavras, o propósito de concorrer novamente ao cargo que ocupa pela terceira vez.

Só uma fatalidade tira Lula da cédula eleitoral em 2026, o que faz com que a proximidade da família Barbalho com o presidente torne o jogo pro-Helder um propósito reluzente.

A hipótese de Helder Barbalho ser candidato ao Senado pelo Pará é dada como favas contadas pela política local. Mas Helder quer mais: trabalha intensamente para ser o candidato a vice-presidente na chapa de Luís Inácio, o que já foi aventado até mesmo por um prestigiado veículo impresso de circulação nacional.

Acordo para cima

Semana passada, Helder deu um passo decisivo. Após acordo com o ex-presidente Michel Temer, cujo poder só aumenta em Brasília e alhures, o governador do Pará anunciou apoio à recondução do deputado Baleia Rossi, aliado do ex-presidente, à presidência do MDB, com a condição de sucedê-lo no próximo biênio. Na nova gestão de Rossi, Helder ocupará a vice-presidência.

 Em meio a essa movimentação em direção ao Planalto, Helder dá pistas de que pode haver alguma verdade na história de que o chefe do Executivo paraense pode chegar ao Planalto antes do tempo estimado pelos analistas de plantão. Nos corredores de Brasília circula o boato de que Lula convidaria Helder para ocupar um cargo no governo federal já no ano que vem. Isso levaria o governador reeleito a renunciar ao mandato, efetivando Hana Ghassan como governadora de fato.

Tal ousadia teria uma recompensa suplementar, tornando a mexida de pedras um meeting point: criaria a condição legal para tornar viável já em 2026 a candidatura de Jader Filho ao governo do Pará. No tênis, meeting point ocorre quando o jogador que está liderando precisa só de mais um ponto para vencer a partida.

Visibilidade em alta

Porta-voz maiúsculo da pauta amazônica, por sua articulação pela COP30 se realizar em Belém e pelos resultados que têm exibido na pauta ambiental, a visibilidade de Helder em Brasília integrando a equipe de Lula já em 2024 seria decisiva para ampliar suas chances de ocupar a vice-presidência em 2026.

Ministério a um passo

A mexida que muda o cenário local e alça Helder Barbalho ao cenário nacional de modo definitivo não responde, contudo, a resolver um problema local. Lula tem um problema substantivo diante de si que seria resolvido com essa complexa mexida de pedras. Como é sabido, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, campeã do fogo amigo contra seu próprio governo, ordenou ao Ibama indeferir o pedido da Petrobrás para as atividades de perfuração em um bloco situado no mar equatorial norte, que a imprensa do sudeste insiste em chamas de “Foz do Amazonas”.

A trava do Ibama

Marina responde à pressão de poderosas Ongs internacionais que não querem aumentar a competitividade do Brasil na produção de combustíveis fósseis, sem os quais o País não poderá financiar a transição energética que necessita fazer nos próximos quarenta anos. O parecer do Ibama condenou a Petrobrás a ser observadora passiva da exploração petrolífera que potências estrangeiras já estão fazendo no mesmo quadrante oceanográfico.

Em agosto, contestando o parecer impeditivo, a Advocacia-Geral da União entendeu que não é preciso uma análise ambiental preliminar, como exigida pela equipe de Marina Silva, para que a Petrobrás proceda à exploração. Foi justamente a ausência dessa análise que o Ibama apontou para vetar a exploração da Petrobrás na região.

Uma decisão de Estado

Para a Petrobrás e para o governo brasileiro, essa decisão não pode caber a um órgão, mas deve ser decisão de Estado. “Tecnicamente, a margem equatorial é a última fronteira do petróleo no Brasil, é um fator que pode mudar o jogo a nosso favor e é fundamental para a segurança energética do País e para o planejamento estratégico da companhia”, reforçou o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Joelson Mendes.

A Guiana, país onde já foram descobertos mais de 11 bilhões de barris na chamada “foz do Rio Amazonas”, exibe crescimento de mais de 60% no ano passado com a exportação do produto. Estimativas modestas projetam para o Brasil cerca de US$ 200 bilhões em arrecadação e distribuição de royalties para o Amapá, Pará e Maranhão com a possível exploração do petróleo na costa norte do País.

Solução de conflito

A solução que o presidente Lula estaria  desenhando para o conflito entre a área ambiental e econômica do governo seria a criação de um Ministério da Amazônia, responsável pela política de desenvolvimento econômico da região, das políticas para a integração do meio ambiente e produção e do zoneamento ecológico-econômico. Outra possibilidade seria a criação de uma Autoridade Climática supraministerial.

Se non è vero

Em qualquer dos casos, a pasta seria ocupada pelo filho mais novo do senador Jader Barbalho. O Ministério do Meio Ambiente seguiria com Marina Silva, responsável por “conhecer, proteger e recuperar o meio ambiente dentro do território brasileiro, como reza o regimento do MMA, que prevê entre suas competências à política de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, e biodiversidade e florestas assim como as políticas e programas exclusivamente ambientais para a Amazônia Legal.

Nesse caso, o Ibama sairia da pasta do Meio Ambiente e passaria à subordinação do novo ministro, Helder Barbalho.

Papo Reto

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