e o “50” que identifica o candidato número 1 do Psol nas urnas será mais ou menos sufragado nas eleições em Belém, conforme trombeteia as ruas e as pesquisas eleitorais amplificam em profusão e em alta-fidelidade, só o final do dia dirá. O partido, porém, que quatro anos atrás conquistou o comando da primeira capital do País, este sim, chega ao dia da eleição em frangalhos, ao menos internamente.
Contudo,
com o barco afundando, a debandada é grande, senão geral, inclusive entre os
cinco candidatos da Primavera Socialista, tendência interna da qual faz parte o
prefeito e a secretária, que estão em guerra aberta.
Faltando um pedaço
Na região oeste do Pará, populações
tradicionais usam a palavra “puxirum” para expressar ‘ajuda mútua’, que vem a
ser um esforço coletivo em favor de uma causa geralmente nobre. Pelo andar da
carruagem, o Psol em Belém não atentou para este detalhe, observado por uma
sucessão de gerações. Meses atrás, justiça seja feita, esta disputa interna no
partido encontrou no “vidente” Luiz Araújo, irmão do chefe de Gabinete do
prefeito, Aldenor Júnior, sua maior expressão, ao abandonar a Prefeitura de
Belém e tentar a sorte com Guilherme Boulos, candidato do partido à Prefeitura
de São Paulo.
Disputa do espólio
A
ex-deputada estadual Marinor Brito se alinha entre os candidatos do partido
que, por assim dizer, disputam o espólio do prefeito Edmilson Rodrigues, que
chega às urnas, hoje, em condições nada razoáveis de temperatura e pressão,
segundo a noção geral. Marinor estaria exigindo toda a estrutura disponível
para se eleger à Câmara, custe o que custar, ante o entendimento de que uma
eventual derrota eleitoral significaria uma aposentadoria compulsória.
Nesta refrega interna agem seus
seguidores mais fiéis, segundo fonte da Coluna Olavo Dutra,
“investindo para tirar" os apoiadores de Enfermeira Nazaré, Cláudio Puty,
Leila Palheta e de Nice Tupinambá, inclusive prometendo céus e terras. Os
concorrentes acusaram o golpe, mas se armaram mobilizando forças para
contra-atacar através das redes sociais. Segundo a fonte da coluna, a
ordem foi para ‘desqualificar’ a adversária.
Fogo cruzado é pouco
Cláudio Puty, ex-secretário do governo
Ana Júlia e da atual gestão municipal, também não ficou calado e passou a
travar sua própria luta contra Leila Palheta e Nice Tupinambá, a ex e atual
mulher do chefe de Gabinete Aldenor Júnior. E novamente as redes sociais
viraram palco de desqualificação, mas não só isso: ameaças de desligamento do
‘Bora Belém’ e denúncias de assédio sexual na Secretaria para retaliar o
ex-secretário.
Considerada
‘traidora da luta’ pelo piso de sua categoria, Enfermeira Nazaré tem sido alvo
de ataques não apenas internos do Psol, mas também do PT, que encontrou na
fragilidade da vereadora uma oportunidade para emplacar a Enfermeira Dani do
PT. Atribui-se aos apoiadores de Nazaré o vazamento do áudio em que Nice
Tupinambá afirma que a Enfermeira Dani não tem dinheiro e não é prioridade
dentro do seu próprio partido.
Cores da perlenga
Recentemente, entrou na guerra do Psol
a ex-deputada e suplente Vivi Reis, tendo como alvo Marinor Brito e Fernando
Carneiro. À “guerrilha cibernética” de Vivi Reis são atribuídos os ataques de
perfis falsos que vitimaram Marinor e Carneiro nas suas redes sociais. Nem a
vereadora Giselli escapou. Em outra frente, as candidaturas do PT na Terra
Firme não têm poupado críticas à parlamentar, usando termos como
"patricinha" e acusações de que “nunca teve a Carteira de Trabalho
assinada”, além de atribuírem uma suposta relação "pessoal" entre ela
e Aldenor Júnior que responde pela soma de recursos destinada à candidatura.
Correndo por fora
Na soma das partes deste problemático momento do Psol, a única surpresa eleitoral possível aponta para a vereadora Sílvia Letícia que, mesmo com recursos minguados pela escassez do partido e sem “político de estimação”, como afirma, corre por fora de tudo e de todos, mas tem apoio concreto de servidores através de sindicatos de classe, principalmente professores.