Remo e Paysandu embarcam na onda política para ter dois times na Série B depois de 16 anos

O Leão, de modo mais leve, o Papão, na gangorra do futebol; os ‘grandes’ do Estado miram o Brasileirão da Série B-2025, mas, o Pará vai de igual para igual e será o mais do mesmo?

13/11/2024, 14:00

O futebol paraense nunca esteve tão perto “do céu”, graças ao apoio oficial. Resta aos dirigentes fazer a parte deles. Estrutura existe; dinheiro, idem/Fotos: Divulgação.


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s dois maiores clubes de futebol do Pará voltam a marcar presença simultânea na Série B do futebol brasileiro após 16 anos. A última vez que isso aconteceu foi em 2006 e, naquele ano, o Leão conseguiu seguir na competição, enquanto o Paysandu, na 17ª colocação ao final do torneio, foi rebaixado.


A verdade é que, além da competência dentro de campo, Leão e Papão foram beneficiados por uma articulação político-financeira que trabalha - muito bem - o resgate da autoestima do paraense a partir de investimentos maciços no futebol. E isso vai muito além dos campos regionais.


Em 2023, Belém abriu a participação da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo. A partida em que o Brasil venceu a Bolívia por 5 a 1 colocou fim a um jejum de 12 anos sem jogos da Seleção Canarinho na capital paraense. E agora, um ano depois, a Seleção volta a pisar em solo paraense, desta vez utilizando o Mangueirão como preparativo para os jogos contra Venezuela e Uruguai, também pelas Eliminatórias.


Essas articulações, firmadas estreitamente entre o governador Helder Barbalho, o presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, também já resultaram na escolha de Belém para palco da Super Copa do Brasil, jogo que abrirá a temporada 2025 entre o campeão brasileiro e o campeão da Copa do Brasil, neste caso, com presença garantida do Flamengo.


Ainda como fruto dessas articulações, o Mangueirão disputa uma vaga de sede para a 10ª edição da Copa do Mundo Feminina de Futebol Fifa, que em 2027 será realizada no Brasil. O Mangueirão é o único estádio brasileiro que não foi uma das arenas da Copa do Mundo de 2014 que pode ser um dos eleitos pela entidade como palco das partidas.


Azulino declarado e de coração, Helder Barbalho não mediu esforços para que tantos investimentos favorecessem também o Paysandu, cujo presidente em mandato, Maurício Ettinger, e o presidente eleito, Roger Aguilera, fizeram questão de encaminhar um vídeo de agradecimento diretamente ao governador pelo apoio que garantiu ao time superar os riscos de rebaixamento e se garantir na Série B, em 2025.


Para um Estado cuja população é 99% apaixonada por futebol, investir na visibilidade no Pará a partir das quatro linhas é como agradar a mãe para se aproximar da filha. Astúcia de uma jogada inteligente que pode levar ao gol. 

 

Papo Reto

 

· O governador Helder Barbalho (foto) mudou, pela quarta vez, o comando do Núcleo do Transporte Metropolitano, responsável pelas intermináveis obras do BRT Metropolitano.

 

·  Adler Silveira, secretário de Transporte, assume interinamente. No Diário Oficial de hoje, Leila Pamplona, que deu lugar a Adler, pediu para sair. Nenhum secretário de Helder perdeu o cargo por outro motivo.

 

·  Das duas, uma. A coluna fica com as duas...

 

·  As obras do BRT Metropolitano foram programadas para conclusão em 19 meses, o que deveria ter acontecido em 2020, mas já se vai mais de meia década de atraso.

 

· A última data anunciada para a entrega das obras pelo governador era dezembro deste ano. Du-vi-de-o-ó, como diria Edwaldo Martins.

 

·  Para      quem não sabe: o redator da coluna é um dos 600 mil reféns do BRT. Nem me convidem mais...

 

· A atual titular da Secretaria das Cidades e Integração Regional, Fernanda Paes, entrou na pauta das reivindicações e mudanças.

 

· O deputado federal José Priante, do MDB, tenta manter o controle político da Secretaria, mas os resultados operacionais e políticos da pasta estão no negativo.

 

· Recordista em recebimento de emendas, a Secretaria perde pela incapacidade da técnica da equipe, que não consegue girar a catraca de um simples processo licitatório.

 

· Fala-se que o presidente da Fundação Santa Casa, o poderoso Bruno Carmona, deve assumir uma diretoria no Hospital Ofir Loyola.


· A Agência Centro do Basa, na Presidente Vargas, deve se transformar em museu para contar a história da própria instituição durante a COP30.

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