s dois maiores clubes de futebol do Pará voltam a marcar presença simultânea
na Série B do futebol brasileiro após 16 anos. A última vez que isso aconteceu
foi em 2006 e, naquele ano, o Leão conseguiu seguir na competição, enquanto o
Paysandu, na 17ª colocação ao final do torneio, foi rebaixado.
A verdade é que, além da competência dentro de campo, Leão e Papão foram
beneficiados por uma articulação político-financeira que trabalha - muito bem -
o resgate da autoestima do paraense a partir de investimentos maciços no
futebol. E isso vai muito além dos campos regionais.
Em 2023, Belém abriu a participação da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da
Copa do Mundo. A partida em que o Brasil venceu a Bolívia por 5 a 1 colocou fim
a um jejum de 12 anos sem jogos da Seleção Canarinho na capital paraense. E
agora, um ano depois, a Seleção volta a pisar em solo paraense, desta vez
utilizando o Mangueirão como preparativo para os jogos contra Venezuela e
Uruguai, também pelas Eliminatórias.
Essas articulações, firmadas estreitamente entre o governador Helder Barbalho,
o presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul, e Ednaldo
Rodrigues, presidente da CBF, também já resultaram na escolha de Belém para
palco da Super Copa do Brasil, jogo que abrirá a temporada 2025 entre o campeão
brasileiro e o campeão da Copa do Brasil, neste caso, com presença garantida do
Flamengo.
Ainda como fruto dessas articulações, o Mangueirão disputa uma vaga de sede
para a 10ª edição da Copa do Mundo Feminina de Futebol Fifa, que em 2027 será
realizada no Brasil. O Mangueirão é o único estádio brasileiro que não foi uma
das arenas da Copa do Mundo de 2014 que pode ser um dos eleitos pela entidade
como palco das partidas.
Azulino declarado e de coração, Helder Barbalho não mediu esforços para que
tantos investimentos favorecessem também o Paysandu, cujo presidente em
mandato, Maurício Ettinger, e o presidente eleito, Roger Aguilera, fizeram
questão de encaminhar um vídeo de agradecimento diretamente ao governador pelo
apoio que garantiu ao time superar os riscos de rebaixamento e se garantir na
Série B, em 2025.
Para um Estado cuja população é 99% apaixonada por futebol, investir na
visibilidade no Pará a partir das quatro linhas é como agradar a mãe para se
aproximar da filha. Astúcia de uma jogada inteligente que pode levar ao
gol.
Papo Reto
· O governador Helder Barbalho (foto) mudou,
pela quarta vez, o comando do Núcleo do Transporte Metropolitano, responsável
pelas intermináveis obras do BRT Metropolitano.
· Adler Silveira, secretário de Transporte, assume
interinamente. No Diário Oficial de hoje, Leila Pamplona, que deu lugar a
Adler, pediu para sair. Nenhum secretário de Helder perdeu o cargo por outro
motivo.
· Das duas, uma. A coluna fica com as duas...
· As obras do BRT Metropolitano foram programadas para
conclusão em 19 meses, o que deveria ter acontecido em 2020, mas já se vai mais
de meia década de atraso.
· A última data anunciada para a entrega das obras pelo
governador era dezembro deste ano. Du-vi-de-o-ó, como diria
Edwaldo Martins.
· Para quem não sabe: o redator
da coluna é um dos 600 mil reféns do BRT. Nem me convidem mais...
· A atual titular da Secretaria das Cidades e Integração
Regional, Fernanda Paes, entrou na pauta das reivindicações e mudanças.
· O deputado federal José Priante, do MDB, tenta manter o
controle político da Secretaria, mas os resultados operacionais e políticos da
pasta estão no negativo.
· Recordista em recebimento de emendas, a Secretaria perde
pela incapacidade da técnica da equipe, que não consegue girar a catraca de um
simples processo licitatório.
· Fala-se que o presidente da Fundação Santa Casa, o
poderoso Bruno Carmona, deve assumir uma diretoria no Hospital Ofir Loyola.
· A Agência Centro do Basa, na Presidente Vargas, deve se
transformar em museu para contar a história da própria instituição durante a
COP30.