Rompimento político entre Helder e Daniel Santos não tem data marcada, mas já foi “oficializado”

Até o momento, nada há entre o governador e o prefeito que ainda não tenha sido especulado, mas alguém deu um passo maior que as pernas e precipitou fatos.

26/03/2024, 12:00
Rompimento político entre Helder e Daniel Santos não tem data marcada, mas já foi “oficializado”
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odo mundo dá como líquido, certo e anunciado o rompimento político entre o governador Helder Barbalho e o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos. O município, na Região Metropolitana de Belém, é um marco nas decisões políticas pela própria natureza - segundo colégio eleitoral do Estado. Talvez por isso, na última semana, virou palco de uma suposta “discussão da relação” entre os dois líderes. Só que não mesmo.


Informações que circularam semana passada dando conta do rompimento oficial não se confirmaram até agora. Teria sido um recado que se perdeu/Fotos: Divulgação.
 

Até o momento, o que houve, como uma espécie de “recado noticiado”, foi a precipitação de um fato que, antes que se consolide, não lembra em nada uma estratégia inteligente. E a matemática é simples, segundo fonte da coluna: o governador Helder Barbalho já verbalizou sua meta de eleger 100 prefeitos pelo seu partido, o MDB, este ano. Daniel é do MDB, tem 86% de aprovação e, por ora, não tem olhos para 2026, mas para a sua reeleição que, a julgar pelos números disponibilizados por pesquisas eleitorais até então, ninguém tasca, até prova em contrário.

 

Balanço dos números

 

Então, onde estaria a vantagem numérica em romper com um prefeito virtualmente eleito, do próprio partido? A fonte não enxerga. Ao contrário, enxerga que apresentar um candidato de oposição - e até de vice - é gasto de tempo, energia, dinheiro e, mais importante, é oportunidade de abrir brecha para um fortalecimento ainda maior de Daniel Santos, caso o governador não consiga cumprir a missão de empurrar seu candidato - quem quer que seja - ladeira acima.

 

Parece um recado; e é.

 

Para a fonte, talvez as publicações “oficializando” o rompimento sejam um recado para, de alguma forma, pressionar o atual prefeito ante a determinação do governador Helder Barbalho de afastá-lo do cenário eleitoral daqui a dois anos, nas eleições ao governo, cenário no qual Daniel Santos paira como sombra, desde que se impôs como nome crescente justamente na cidade em que o atual governador foi prefeito por dois mandatos e, de lá saiu para se tornar um expoente da política estadual e, hoje ao lado do presidente Lula, nacional também.

 

Pessoas próximas garantem que Helder Barbalho vê em Daniel o comprometimento do céu de brigadeiro em que voa para além das fronteiras do Pará. O governador trabalha para tirar Dr. Daniel de reta, segundo seus planos políticos, estes sim, de olho nas eleições de 2026.

 

Negociações sem desfecho

 

Essa determinação de Helder até agora pariu ao menos dois ratos, segundo os bastidores políticos: o governador teria oferecido uma vaga no TCM a Daniel - a ser preenchida logo depois da aposentadoria, agora em abril, do conselheiro Sérgio Leão; e o vice na chapa de reeleição do prefeito. Nada foi recusado, nem fechado. As ofertas se desmancharam.

 

A vaga do TCM simplesmente tiraria Daniel Santos da carreira política, como Helder fez com o vice-governador eleito, Lúcio Vale, dando-lhe uma pomposa vitaliciedade na corte. O prefeito de Ananindeua até ponderou, considerando a possibilidade de preencher o espaço de Sérgio Leão com a deputada federal Alessandra Haber, mulher dele, mais votada do MDB nas últimas eleições, abrindo vaga a um dos suplentes do partido. Quanto ao vice, os nomes eram de extrema confiança do governador, mas não davam segurança ao prefeito. Então, nada feito.

 

Um prefeito, várias saídas

 

Outra fonte, que não ousa dar a cara nesse cenário de intensa pressão, garante que Daniel tem saídas. Que há outros partidos com ávido interesse querendo seu nome e sua liderança, tanto na Região Metropolitana de Belém quanto nas articulações pelo Estado, que têm como reflexo a eleição da própria esposa, nunca antes candidata a nenhum cargo eletivo.

 

Um desses partidos seria o PL, presidido nacionalmente por Valdemar Costa Neto, e no Estado, pelo deputado federal Eder Mauro, mas o diretório do partido não confirma qualquer negociação em andamento. Outro partido no qual Daniel poderia ter abrigo é o Republicanos, para o qual recentemente o prefeito teve que desmentir uma suposta inclinação, informação originada da proximidade com a cúpula do partido em Brasília, e com políticos do interior do Pará, como Siqueira Fonseca, pré-candidato a prefeito pelo partido em Terra Santa, oeste do Pará.

 

Em última análise, a fonte afirma que, além de trocar de partido, Daniel Santos, se quiser garantir uma chapa quase puro sangue, teria no Solidariedade uma solução, por assim dizer, doméstica, já que o diretório municipal do partido está com o grupo de Ananindeua.

 

Tráfego de especulações

 

Apesar de tudo e de todas as especulações, o tráfego entre emissários do governador Helder Barbalho e o presidente da “República de Ananindeua”, Daniel Santos, segue intenso, mas - ou talvez por isso -, registrou um atropelamento na última semana, fazendo vítimas o próprio governador e o prefeito: é fato que o rompimento ainda não aconteceu.

 

A precipitação de fatos, aliás, começou com o anúncio da candidatura da vice-governadora Hana Ghassan à sucessão em 2026, o que apenas consolida a noção de que Helder, tal e qual Sísifo, na mitologia grega, está com dificuldade de levar a pedra até o cume da montanha.

 

Papo Reto

 

Ô, gente maldosa! Dizem que o título de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, conferido ao cacique Raoni, líder da etnia Kayapó, causou uma "ponta de inveja" em Lula (foto).

 

O prédio que abrigou a Receita Federal, no centro de Belém, não está mais com o Tribunal Regional do Trabalho, que o devolveu ao SPU.

 

Foi entregue “no ponto” para ser adaptado para um hotel com vista única para a Baía do Guajará, restaurante panorâmico e até um cine auditório para pequenos eventos.

 

O que se diz é que o Hotel Rosewood São Paulo, que integra o complexo Cidade Matarazzo, está de olho no imóvel em Belém de olho na COP30.

 

O incêndio ocorrido anos atrás no CT do Flamengo, o "Ninho do Urubu", no Rio de Janeiro, parece não ter deixado nenhum ensinamento aos dirigentes da Tuna Luso, em Belém.

 

A concentração do clube paraense, o "Ninho da Águia", que abriga alguns jogadores da base, enfrenta problemas parecidos aos que levaram à morte vários jovens atletas do clube carioca.

 

A ameaça maior no prédio, que fica sob a arquibancada principal do Estádio Francisco Vasques, envolve a fiação elétrica, que precisa ser substituída com a máxima urgência.

 

O sistema elétrico apresenta fios descascados, mas não é só. As lajes da concentração tunante, do piso e do teto, têm várias infiltrações e ameaçam desabar a qualquer momento.

 

Hoje é o Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia, uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que afeta nada menos do que 50 milhões de pessoas ao redor do planeta.


Ao contrário do que muitos pensam, a doença, que afeta 2% da população brasileira, não é causada por febre, drogas nem distúrbios metabólicos, mas é responsável por 0,5% da carga global de doenças.

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