m estudo datado de fevereiro deste ano - “Panorama Geral das Pontes Brasileiras” - estima a existência de 113.168 pontes rodoviárias em todo Brasil, das quais 14.874 se encontram inventariadas e 12.142 pontes possuem registro de inspeção.
A partir dos dados obtidos e consideradas as mais de 113 mil pontes identificadas, as estimativas apontam que cerca de 11 mil pontes rodoviárias têm índices de condição “ruim” ou “crítico”, requerendo medidas de manutenção imediatas. Além disso, cerca de 42 mil pontes rodoviárias apresentam idade superior a 50 anos.
Uma ponte de serviço
Das pontes em condição considerada ruim, ao menos uma estaria no Pará: a ponte Sebastião R. Oliveira, na rodovia Belém-Mosqueiro, inaugurada em 12 de janeiro de 1976, com 1.457 metros de extensão. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra os pilares da ponte desgastados, causando preocupação geral.
A “Ponte de Mosqueiro” fica na rodovia Engenheiro Augusto Meira Filho, a PA-391, a partir da BR-316. Os pilares aparecem com acentuado desgaste, conforme o vídeo, mas a Secretaria de Transporte do Estado nega. Segundo a Secretaria, as imagens dos pilares desgastados são, na verdade, da antiga ponte de serviço, utilizada exclusivamente durante a construção da ponte atual. “Essa estrutura não está em uso e não representa risco algum”, garante, acrescentando que a Ponte de Mosqueiro se encontra em bom estado de conservação, com estrutura monitorada e segura para o tráfego”.
Falta de fiscalização
Os esclarecimentos não parecem ter convencido os internautas, que insistem na necessidade de fiscalização e manutenção da estrutura. A Ponte de Mosqueiro suporta peso de caminhões com carregamento de até 24 toneladas, mas não é isso que ocorre, devido ao fato de não haver balanças de aferição de carga e de fiscalização sobre esse tráfego
Outro problema relatado quanto à ponte é sobre os bancos de areia que se formaram no Furo da Marinha, onde a ponte faz a ligação da Ilha de Mosqueiro ao continente. Uma internauta chamou a atenção: “Tem aquela ilha que apareceu embaixo da ponte, em um banco de areia. É preciso cortar as árvores que nasceram nessa ilha, porque elas cresceram demais e estão muito altas, se aproximando da lateral da ponte, o que pode se tornar um problema sério no futuro”, alerta.
Entidades reunidas
O tema segurança nas pontes provocou um debate promovido por entidades representativas do setor no País que elaboraram um manifesto apresentando a situação atual das pontes e propondo medidas para evitar novas tragédias, como o desabamento da ponte no município de Estreito, no Maranhão, ano passado.
As pontes são vitais para o transporte de bens e logística no Brasil, com um valor financeiro estimado de R$ 600 bilhões. Segundo levantamento do jornal “Folha de S. Paulo”, 727 estruturas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foram classificadas como críticas ou ruins, representando 12,5% das 5.827 pontes sob responsabilidade deste órgão. Entre essas mais de 700, 130 estão na pior categoria (crítica), enquanto 597 apresentam condições ruins. Estados como Minas Gerais, Bahia e Ceará concentram o maior número de pontes em situação crítica.
O grupo de associações de engenharia que divulgou o manifesto sugere 15 iniciativas, priorizando a reabilitação de todas as pontes em estado considerado “emergencial” ou “crítico”, com a necessidade de um investimento em torno de R$ 1,2 bilhão. Se for incluída a recuperação das obras em estado “ruim”, haveria um gasto adicional de R$ 5,3 bilhões.
Papo Reto
•A Defensoria Pública da União pediu ontem a imediata suspensão das redes sociais do governador Helder Barbalho (foto), por descumprimento da liminar que lhe impôs a retirada de publicações com notícias falsas sobre a ocupação da sede da Seduc por indígenas e a inserção do vídeo de direito de resposta nas plataformas do governo.
•A DPU apresentou o material a ser publicado - que deveria permanecer por 10 dias nas redes sociais -, mas o prazo acabou sem o cumprimento da ordem judicial.
• Verdade seja dita: a versão dos indígenas não tem qualquer semelhança com os fatos. É um dos casos mais emblemáticos da tese segundo a qual na guerra de narrativas, ganha quem dá o primeiro tiro.
•Foi aberta a zero hora de hoje a temporada de pesca do pargo sem nenhuma festa em Bragança - ao contrário de anos anteriores. O clima de velório é atribuído ao fato de que, até ontem, o Ibama não publicou a portaria com as novas regras que nortearão a atividade da qual dependem centenas de famílias.
• "Sem a publicação, valem as regras do ano anterior" - diz um especialista. Porém, a maioria dos produtores acabou não zarpando, com pavor dos prejuízos que certamente virão caso o tal regime de cotas e a "lei do tamanho mínimo” de 34 cm passe a vigorar de fato.
•A roubalheira a velhinhos do INSS já era do conhecimento de graduados do governo como o presidente demitido, Alessandro Stefanutto, e seu padrinho, ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), revela a ata de reunião em 2023.
•O Ministério da Justiça está criando um aplicativo para controlar as redes sociais. Convencer as bigtecs de que o objetivo é, de fato, "restringir o acesso de menores de idade a conteúdos inadequados" não será fácil.
•Pessimista, a Confederação Nacional da Indústria reduziu de 2,4% para 2,3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro este ano, a menor taxa de evolução da economia dos últimos cinco anos.
•Acredite, nunca saíram do papel as casas prometidas pelo governo federal às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.