m acidente envolvendo uma aeronave que levava o prefeito Bambueta, de Cachoeira do Arari, para participar de um evento em Breves, no Marajó, mostrou que, no interior, os trâmites para lidar com problemas em pistas de pouso não precisam de burocracia e, muito menos, de investigação.

O
trem de pouso do avião modelo Cessna quebrou ao tocar o solo no Aeroporto de
Breves, no dia 19 de novembro, por volta de 10 horas. Depois de rodopiar, a
aeronave saiu da pista ainda em uma velocidade considerável e só parou por
força do atrito, já na área verde que cerca o local.
Susto de Bambueta
Testemunhas
relatam que houve pânico e gritaria entre os passageiros. Risco real de morte,
inclusive, para o próprio prefeito Bambueta. Mas, apesar do susto, ninguém
ficou gravemente ferido. Todos saíram da aeronave com um arranhãozinho aqui e
outro ali e encararam o mato alto para chegar até a área de desembarque do
aeroporto.
Ninguém sabe, nem viu
Em
condições normais de temperatura e pressão, como se diz, o Seripa, órgão da
Aeronáutica que investiga esse tipo de sinistro, teria sido acionado e o
aeroporto, por óbvio, interditado até que todos os levantamentos fossem
concluídos. Mas o evento em Breves era uma realização do Tribunal de Contas dos
Municípios do Pará e o presidente do órgão, conselheiro Antônio José Guimarães,
sobrevoara a pista minutos antes do acidente na manobra que antecedeu o pouso.
“Tá limpo?”
O
piloto que estava no ar apenas esperou a confirmação de que nenhuma parte da
aeronave acidentada estava na pista para, então, realizar o pouso com
segurança. A pista recebeu, logo em seguida, inclusive, o jato que levou ao
evento o governador Helder Barbalho e a vice, Hana Ghassan, e uma aeronave
modelo Grand Caravan, que faz linha para Breves.
Sacode, levanta
Passado
o tráfego intenso de aeronaves por conta do evento, o piloto do avião
danificado apenas empurrou a aeronave para a pista com a ajuda de outras
pessoas, chamou alguns mecânicos para trocar a peça quebrada e levou embora o
avião. Assim, como quem remenda um pneu furado de bicicleta.
Sem homologação
Vários
municípios do Marajó têm aeródromos - Soure, Curralinho, Afuá, Chaves, Muaná,
Portel, Anajás e Breves -, mas apenas o de Breves, maior município da região,
com mais de 100 mil habitantes, tem voos regulares da empresa Azul,
quatro vezes na semana.
O
acidente aéreo ocorrido justamente em Breves, envolvendo o aparelho da
empresa Brabo, tendo a bordo os prefeitos de Cachoeira e de Santa Cruz do
Arari, ocorreu em função da quebra de trem de pouso dianteiro, que fez a
aeronave embicar na pista, sem maiores consequências físicas senão o medo
dos passageiros.
Estado padrasto
Desde
a criação do Graesp, grupo de aeronaves do Estado, as empresas regionais
praticamente quebraram e perderam até o aeródromo que durante décadas foi
utilizado em voos regionais por toda a Amazônia. Contudo, aos trancos e
barrancos, literalmente falando, os voos prosseguem em municípios com pistas
clandestinas, onde os pilotos pousam e decolam sem avisar a torre de controle
de Belém.
Base de apoio
Breves,
Soure e Afuá, que têm pistas pavimentadas, estão em processo de homologação
junto à Anac e podem servir de apoio em caso de pane de aviões até de médio
porte, sendo que o de Breves já recebeu um Boeing nos tempos do
presidente Sarney.
O
prefeito Guto Gouvêa, de Soure, está ultimando a homologação do
aeródromo da cidade com vistas à COP30, graças ao tempo de quinze
minutos de voo que liga Belém ao Marajó. Somando Soure e Salvaterra,
cidades vizinhas, a oferta de hotéis e pousadas passa de 4 mil que, somada à
beleza da região, pode atrair muitos visitantes durante o evento.
Papo Reto
O Reino Unido anunciou ontem,
durante evento da COP28, que doará 35 milhões de libras - equivalente a cerca
de R$ 215 milhões - ao Fundo Amazônia.
Também assinou contrato com o BNDES
viabilizando o repasse das 80 milhões de libras anteriormente prometido pelo
primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak (foto).
Em valores reais atualizados, dos
R$ 495 bilhões prometidos à época da criação do Fundo Amazônia, apenas R$ 3,6
bilhões chegaram efetivamente ao Brasil.
Casos de sífilis e de HIV/Aids vêm
aumentando entre homens jovens, diz a Sociedade Brasileira de Urologia, que
alerta para as infecções que, se não tratadas, podem causar lesões nos órgãos
genitais, infertilidade, doenças neurológicas e cardiovasculares e até câncer
de pênis.
A Anvisa aprovou consulta pública
sobre a proibição de cigarro eletrônico, os chamados vapes,
proibidos no Brasil desde 2009, mas bastante utilizados em território nacional.
A Petrobras reduziu em 6% o preço
médio do querosene de aviação. A queda de R$ 0,26 já está em vigor nas
distribuidoras.
Aliás, só as voadoras fingem não
enxergar que, ao longo dos últimos 12 meses, a redução média atingiu R$ 1 por
litro do combustível.
Foi de 2,89% o aumento do consumo
nos lares brasileiros em outubro, aponta a Associação Brasileira de Supermercados,
a Abras.
O levantamento mostra que as
principais altas de preços no mês foram batata (11,23%), cebola (8,46%), arroz
(2,99%), carne bovina (1,94%), açúcar refinado (1,88%), tomate (0,97%), extrato
de tomate (0,83%) e pernil (0,57%).
A poluição do ar já mata anualmente
cerca de 5,1 milhões de pessoas no mundo.
Um novo estudo publicado na revista
científica “The BMJ” reforça o que todos já sabem: a mudança climática está
sendo impulsionada por queima de combustíveis fósseis e até pelo derramamento
de produtos químicos em correntes de água do planeta.