governador Helder Barbalho fez diferente, ontem, na comemoração pelo aniversário de 80 anos de Ananindeua. Preste atenção: na inauguração da orla da cidade, ninguém do governo deu as caras, e o prefeito Daniel Santos reinou sozinho - parecendo ter ficado muito confortável em ser a atração principal do evento.

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Barba, cabelo e bigode

Ontem, o governador fez barba, cabelo e bigode: não só compareceu, como se declarou morador apaixonado da cidade, levando à tiracolo, além da primeira dama, Daniela Barbalho, sua vice, Hana Ghassan, deixando claro novamente ao público presente que ela será sua sucessora política no cargo. Para abrilhantar a festa, Helder fez um look no visual em uma barbearia da cidade, com a mesma intimidade da freguesia.

Bolo improvisado

Não contente - e aqui não se sabe se por falha da organização do evento ou estratégia política -, foi Helder Barbalho o responsável por improvisar um bolo de aniversário da cidade na agenda de entrega de títulos de propriedade de moradias no Jaderlândia pelo programa Regulariza Pará, a primeira agenda para a qual foi convidado.

Ao menos é o que indicou sua ausência do que foi a primeira agenda do dia de fato - a missa em ação de graças nas primeiras horas do dia. Já a partir desta, no Jaderlândia, a presença de governador contrastava com as demais caras de desânimo e desconforto no palanque, por parte de quem cerca o prefeito, mas, em muitos momentos - e imagens - só próprio prefeito.

Recadão direto

Na fala de Helder só deu Hana. Ele lembrou que Hana, em sua gestão de prefeito de Ananindeua, foi sua secretária de Planejamento por oito anos. "Hoje, já são 18 anos trabalhando juntos. Por isso eu escolhi a Hana para ser minha vice, pela sua lealdade. Já pedi a Hana que esteja junto com o Daniel nas agendas do município, porque futuramente eu deixarei o governo e ela assumirá esse papel". Obviamente - e diretamente -, Helder disse que Hana é “imexível”.

Hana, por sua vez, respondeu com um "amém, Igreja", ressaltando, ao falar, que estará "ao lado do Helder trabalhando por cada homem e mulher do Pará". De fato, a sucessora aparece em foto até na barbearia em que o governador esteve ontem, se preparando para a festa.

Ananindeua, a escolhida

O governador reforçou aos presentes que vive em Ananindeua, junto com sua esposa e seus filhos, por uma escolha consciente, feita em meados de 1998-99. Para quem não sabe, o governador é o ilustre "primeiro morador" do condomínio fechado Lago Azul, o mais bem estruturado da cidade, infelizmente, ano passado, palco pavoroso do massacre de um peixe pirarucu perpetrado por moradores, mas nem por isso abandonado pelas capivaras em busca de alimentação.

Helder também lembrou que o bairro da Jaderlândia foi a primeira comunidade que ele visitou quando virou político e começou a pedir votos na sua candidatura de vereador, com a ajuda da mulher, Daniela.

Apaziguação de ânimos

Daí para a frente, as falas pegaram a paz, o amor e a união. Um bom exemplo foi o vereador Bolinha, liderança dos bairros Atalaia e Jaderlândia, mais ligado ao grupo de Helder Barbalho. Em seu pronunciamento, Bolinha garantiu que "não existe racha nesse grupo, e quem tenta criar isso é a oposição". Pessoas que fizeram parte do governo passado".

Então, está tudo certo: segundo Bolinha, a parceria segue firme e "ninguém destruirá esse trabalho que vem sendo feito em Ananindeua", bradou.

Que assim seja, pois. Somar é o que interessa; o resto não deveria ter pressa. Não deveria... 

Papo Reto 

Para toda a programação dos 80 anos de Ananindeua, incluindo o show da cantora Joelma e seu tacacá, sobraram reclamações de veículos de imprensa que foram ao local cobrir.

As reclamações começaram pela posição da prefeitura na véspera, sem a preocupação de realizar o credenciamento de imprensa, como ocorreu nos anos anteriores. 

A atual gestão tem pecado nesse e outros detalhes, gerando conflitos interno entre chefias de diversos setores, que, para o evento, não disponibilizaram verba mesmo para a confecção de crachás para facilitar os acessos das equipes em serviço.

O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho (foto), deve ter pensado melhor, embora tardiamente: alega que diante de vários pedidos, decidiu prorrogar a consolidação dos conceitos até o próximo dia 15.

A medida é tardia porque muitos professores tiveram que deixar as festas de final de ano de lado para responder ao compromisso profissional. Assim, a decisão de adiar acaba sendo um gesto antipático. Por nada...

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