MDB parece estar meio atarantado neste começo da corrida eleitoral visando a renovação de prefeitos e vereadores no Pará. Nos quatro cantos do Estado, o partido do governador Helder Barbalho, presidido pelo irmão e ministro das Cidades, Jader Filho, dá sinais, senão de inabilidade política, de desarrumação, atropelando acordos, antecipando candidaturas mal costuradas e por isso mesmo, indefinidas, bem distante de representar uma organização com objetivos.
A desarrumação começou por
Parauapebas, no sudeste do Estado; passou por Marabá e outros municípios da
região, como em Canaã dos Carajás; fez parada em Santarém e mudou de curso,
atingindo Bragança, na região nordeste; chegou a Tomé-Açu e, de certa forma,
estacionou em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, segundo maior colégio
eleitoral do Estado. A contagem de perdas e danos deve aparecer nas urnas, mas
as perspectivas são preocupantes.
Os fatos e o personagem
Em dois desses municípios aparece o
mesmo personagem, o empresário e deputado federal Antônio Doido, eleito à base
de milhões, depois de uma derrota na disputa pela reeleição na Prefeitura de
São Miguel do Guamá, sua cidade de origem. De uns tempos para cá, por onde
passa, além dos acordos empresariais com prefeitos de alguma forma ligados ao
MDB, o empresário e deputado deixa até os aliados desconcertados.
Antônio Doido é um ricaço do setor de
construção e tem diversos contratos com o Estado, o que parece lhe conferir um
poder que vai além da cadeira que ocupa na Câmara Federal.
Da água para o vinho
Em Tomé-Açu, por exemplo, Antônio
Doido protagonizou uma cena muito bizarra, típica de quem quer parecer acima do
bem e do mal, ao atacar os seus próprios companheiros de partido, o MDB. No
lançamento da pré-candidatura a prefeito de Adriano, que coincidentemente
também agrega “Doido” ao nome, pelo Republicanos, Doido, deputado federal, não
poupou críticas ao prefeito Carlos da Vila Nova e ao deputado estadual
Carlos Vinícios, que é filho do prefeito, ambos do partido do governador.
Mesmo sem grandes adesões, percebia-se o desconforto geral diante da situação.
Afinal Doido, deputado federal, destacou ter sido o candidato mais votado à
Câmara Federal no município - ele esteve em Tomé-Açu na campanha passada
caçando seus próprios votos - era todo elogios para o prefeito Carlos da Vila
Nova e o filho dele, Carlos Vinícios. Então, mudou por que?
Ninguém entendeu, mas, para quem
presenciou a cena, foi uma infame demonstração de ingratidão política - além de
lançar candidato a prefeito de Tomé-Açu por outro partido que não o seu. E
criticou geral, a torto e a direito, enxergando e apontando problemas de gestão
onde antes só cabia coisa boa e elogios.
Candidatura em Ananindeua
Esse Antônio Doido é o mesmo que se
lançou candidato a prefeito de Ananindeua, quando sequer se reelegeu prefeito
de São Miguel do Guamá. Contra ele pesa o fato de que se trata de uma
pré-candidatura indefinida, segundo circula nas redes sociais: até agora, ao
que se sabe, o governador Helder Barbalho dará apoio à candidatura Miro Sanova,
pelo PT, e a direção do MDB ainda não se manifestou sobre um possível candidato
do partido no município. Então, tem alguma coisa meio doida nesses
acontecimentos, até prova em contrário; ou “tem doido pra tudo”, recorrendo à
expressão popular.
O certo é que quando não se coloca ordem na casa, o vale-tudo é uma ameaça ao
sucesso e a paz do sistema, seja ele qual for. Não bastasse que, por todo o
Pará, são muitas queixas pipocando no campo da política, inclusive a
partidária, envolvendo o maior partido do Estado e pelo qual o governador
planeja eleger 100 prefeitos em 140 municípios.
Papo Reto
O governador Helder Barbalho (foto) garantiu
repasse de R$ 150 mil para bancar a “Corrida Rei da Amazônia”, do Remo, que
prevê a participação de 2 mil pessoas, com inscrição ao preço de R$ 85. A
iniciativa é do vereador Mauro Freitas.
Dizem que, na Secretaria de Urbanismo
de Belém, começou a chamada dança das cadeiras. Se a substituição de diretores
da Secretaria não estiver ligada a candidaturas para as próximas eleições, é
briga política.
Uma delação premiada ao Gaeco, do
Ministério Público, é nitroglicerina pura: “plantação de drogas” na casa de um
adversário político é apenas a ponta de iceberg que, se puxada, deve
comprometer muita gente.
O misterioso episódio do barco com
corpos de vítimas supostamente estrangeiras fugidas do Haiti começou a ser
investigado pela Marinha e Polícia Federal.
A Fiepa recebeu ontem o ministro das
Cidades, Jader Filho, o governador Helder Barbalho, autoridades locais e
nacionais para o anúncio da Instrução Normativa que amplia os descontos para
facilitar a aquisição da casa própria por famílias que recebem até R$ 4,4 mil
mensais na região Norte.
Segundo Jader Filho, a região
continua apresentando baixos resultados. Com cerca de 8,5% da população do
País, registra déficit habitacional de 10,3%.
O Norte também detém uma das menores
rendas per capita (1.175), alto índice de informalidade (52,8%) e a menor taxa
de contratação de FGTS (3%).
Mais de 1 mil pessoas se submeteram
ao Exame Nacional da Magistratura no Pará, ontem. Dos 1.236 inscritos,
foram registrados 255 faltosos.
|