ecentemente, reportagem publicada em
um portal nacional questionou a existência de tempo hábil para a obra de
dragagem do Porto de Belém até a COP30, ou seja, faltando apenas um ano e meio
para a Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, prevista
para novembro de 2025. Considerada uma das obras mais importantes do governo
federal para a COP30, a obra prevê aumentar a profundidade da costa para navios
de cruzeiro atracarem e servirem de hotel para os participantes do alto escalão
do evento climático.
Em entrevista ao “Bom Dia Pará” (TV
Liberal, canal 7), ontem, o secretário extraordinário para a COP30, Valter
Correa, ligado à Presidência da República, não deixou claro se o trabalho de
dragagem do porto, embora em estudos, é uma das prioridades no âmbito da
ampliação do segmento de hospedaria para o evento em Belém, sugerindo haver
outras alternativas em análise (veja o vídeo).
Um longo caminho
Muitos passos ainda faltam ser dados,
começando pelos estudos básicos, que são os de batimento e sondagem. No final
deste mês está prevista a entrega, pela Marinha do Brasil, do estudo de
batimetria, que mede e determina a profundidade do rio que será dragado. Já a
sondagem, que faz o reconhecimento hidrográfico da área, é um estudo conduzido
pela Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA) e só deve ficar pronto a
partir de 15 de maio.
Só a partir desses estudos é que a
Companhia Docas do Pará (CDP), órgão federal que será responsável pela obra,
poderá lançar o edital de licitação para escolher a empresa que irá executar o
projeto, um processo licitatório que por si só deve durar em torno de 90 dias.
A duração da obra em si levará, correndo muito com várias dragas, pelo menos
dez a 12 meses, já que prevê um volume a ser dragado na ordem de
aproximadamente 6,5 milhões de m³ de resíduos do fundo da Baía do Guajará.
Benefícios questionados
Como o grande discurso das obras
voltadas para a COP30 é de deixarem um legado para a cidade de Belém e o Estado
do Pará, existem dúvidas no setor portuário da Região Norte sobre se a dragagem
da orla de Belém trará os benefícios econômicos e sociais previstos.
A começar pelo fato de que o
escoamento da produção agrícola pelo Arco Norte é feito pelo Porto de Vila do
Conde, em Barcarena, um terminal que, na avaliação de fontes do setor, seria
mais bem aproveitado se recebesse investimentos e traria benefícios econômicos
mais duradouros do que a dragagem na orla da capital, uma vez que esta não vai
afetar o escoamento da produção por Barcarena, pois as mercadorias não passam
pela Baía do Guajará, onde será feita a operação de dragagem do porto.
Dinheiro na lama
Outra questão bem mais grave é jogar
o dinheiro dos cofres públicos na lama diante do custo-benefício da obra, que,
na avaliação de uma fonte da coluna especializada no assunto, não adiantaria
nada ao Porto de Belém, em um ponto da Baía de Guajará que tem uma alta taxa de
reassoreamento anual, de 50%, o que significa perder todo o investimento em
dois anos.
O que seria diferente, segundo a fonte,
de dragar os berços de atracação do Terminal de Miramar. “Aí sim, nós temos um
problema sério que, se corrigido, resultaria em benefícios futuros, porque
estudos anteriores indicam que o Terminal de Inflamáveis de Miramar tem um
assoreamento muito menor na área de acostagem dos navios, e o canal de acesso
requer uma dragagem pequena, gastando no máximo R$ 30 milhões, mas
restabelecendo a profundidade de Miramar, onde poderíamos receber navios
maiores e tornar esse porto muito mais atrativo. Agora, dragar a Bahia do
Guajará, me perdoe, é de uma insanidade no mesmo nível de pegar o dinheiro e
jogar todo na lama”, diz a fonte.
Obra ineficaz
Com isso, trocando em miúdos, os
grandes valores da obra, que tem investimentos de R$ 200 milhões nos planos do
governo federal, em dois anos a área dragada do porto já teria recuperado os
100% do assoreamento retirado, e jogado fora todo o valor investido. Foi
exatamente o que ocorreu com o trabalho da última vez que o Porto de Belém foi
dragado, no ano 2000 - há 24 anos: altamente ineficaz.
Segundo a fonte da coluna, a própria
CDP teria posse de um estudo feito à época pela Universidade de São Paulo (USP)
apontando a alta taxa de assoreamento anual do Porto de Belém.
Passagens aéreas
Outro especialista consultado pela
coluna afirma que o “Porto de Belém já deu”, e o melhor a fazer com ele é
concluir o projeto que agora está sendo tocado, que é o da segunda etapa do
Porto Futuro. Quanto a dragar o porto, segundo ele, compensa muito mais fazer a
compra de passagens aéreas. “Dragar o estuário
da Baía do Guajará para a entrada de dois, três ou mais transatlânticos apenas
para servir de dormitório na COP30, ao custo de R$ 200 - ou R$ 300 milhões - é
uma indecência” diz a fonte, garantindo que sai mais barato comprar passagens
aéreas diárias para que os chefes de Estado durmam em Estados vizinhos ao Pará
ou, ainda, fretar uma frota de helicópteros para levar grande parte deles para
os resorts de Salinópolis.
Papo Reto
O Serviço Social da Indústria trará a
Belém a medalhista de ouro nas Olimpíadas de Pequim de 2008, Maurren
Maggi (foto).
A palestra ‘O salto de ouro’ integra a
programação da Corrida e Caminhada do Sesi 2024. O evento será realizado no
auditório Albano Franco, na Fiepa, às 18h, e terá inscrições gratuitas e vagas
limitadas.
Algumas dezenas de agentes públicos do
Estado têm ações na Justiça contra a Coluna Olavo Dutra, incluindo aqueles que,
por decisão judicial, sequer podem ser citados.
A informação vai em respeito aos
leitores. Sorte que deputados e órgãos de fiscalização tentam fazer - quando
possível - a parte que lhes cabe, ao passo em que, sob mordaça, a coluna
observa.
O Congresso em Foco dá conta de que
vereadores de Formosa, em Goiás, município de 123 mil habitantes localizado a
80 km de Brasília, aprovaram o aumento dos próprios salários e da remuneração
do prefeito e do vice-prefeito, a partir de 1º de janeiro de 2025.
Justificativa do aumento: suas
excelências reclamaram que são mal remunerados e demonstraram insatisfação com
os novos valores aprovados.
O vereador Hermes Costa, do União
Brasil, disse que mesmo que o salário dos vereadores fosse de R$ 300 mil ainda
seria pouco por causa dos pedidos dos eleitores.
De acordo com o vereador,
"vergonhoso" não é o valor que eles recebem, mas as propostas que
recebem de alguns eleitores. Em discurso, ele afirmou que “as pessoas banalizam
os políticos e a política”
De 2014 a 2023, o número de
internações de menores de 10 anos em decorrência desses episódios
superou a marca de 335 mil casos, diz a Sociedade Brasileira de
Pediatria.
Agora é oficial: está, finalmente,
proibido o cigarro eletrônico no Brasil; portaria da Anvisa veda o ingresso do
produto através de qualquer forma de importação, inclusive na modalidade de
bagagem acompanhada ou bagagem de mão.
Nasa e Nokia se unem para instalar
rede 4G na Lua.
A Agência americana enxerga a
internet no espaço como um item tão importante quanto comida para o sucesso das
missões exploratórias.