á muitos fatos sobre a preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, mas é preciso fazer uma leitura crítica sobre eles cada um deles e evitar precipitações desnecessárias. O governo do Pará promoveu, na última quinta-feira, 24, um evento de prestação de contas com a imprensa sobre o que já fez até agora, faltando 200 dias para a COP30, mas não compareceu ao diálogo travado entre órgãos do governo federal, corretores de imóveis e representantes dos serviços de hospedagem do Pará.

Barrado no baile

E não foi por falta de tentativa. Durante dois dias consecutivos, o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, bem que tentou. Ele chegou a Belém na quarta-feira, 23, disposto a ir direto às obras do Porto da Sotave, em Outeiro, no qual, como se sabe, o governo federal planeja atracar dois navios de cruzeiro contratados pela Embratur, comandados por Marcelo Freixo.

Em nível local, a CDP toca as obras do porto, mas fontes seguras garantem que a companhia reza pela cartilha do governo do Estado e, por alguma razão não esclarecida, fechou o caminho da visita de Valter Correia às obras do porto.

Tentativas em vão

Com uma resposta negativa também sobre a participação da vice-governadora Hana Ghassan na reunião conduzida pela Secretaria Extraordinária, em parceria com o Ministério do Turismo, Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Advocacia-Geral da União, ocorrida no prédio do Banco Central, sede regional da Secop, o secretário Valter Correia ainda tentou convencer a vice-governadora durante a tarde de quarta-feira, mas o máximo que conseguiu foi um representante do gabinete de Hana, que entrou muda e saiu calada da reunião.

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“Ordem superior”

Fonte palaciana que acompanhou tudo de perto diz que a estratégia não é de Hana. "Ela não decidiu absolutamente nada sobre a vida política. Se não participou da reunião, certamente foi por 'ordem superior'", avalia a fonte.

A fonte também garante que para amenizar o clima, Hana Ghassan acompanhou Valter Correia na coletiva de imprensa, planejada pelo governo, para que um vice aparecesse acompanhado de apenas um dos secretários mais próximos do governo, permitindo ao Estado protagonizar sozinho o espetáculo dos preparativos para a COP30.

Ação ofuscada

Ocorre que, enquanto Hana Ghassan fez uma longa apresentação recheada de dados genéricos, garantindo que o Pará tenha como hospedado as 50 mil pessoas estimadas na COP mesmo que venham todas ao mesmo tempo, a “estratégia” do governo acabou meio ofuscada pela revelação detalhada de Valter Correia sobre a contratação dos navios pelo governo federal, por meio da Casa Civil, por meio da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, a Embratur.

Segundo ele, o contrato denominado “Garantia de Solução de Hospitalidade” já está certo, no valor de R$ 263 milhões, com o qual a Embratur vai garantir 6 mil leitos de hospedagem em navios de cruzeiro atracados em Outeiro.

Segundo Correia, as companhias marítimas MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros manifestaram interesse em oferecer os navios para ampliar as opções de hospedagem em Belém. "Esses contratos já estão bem adiantados e creio que nos próximos dias teremos essas contrações de todas as partes concretizadas", disse ele.

Investimento alto

Do valor total de R$ 263 milhões, R$ 30 milhões serão pagos pelo governo federal. O restante será coberto pela venda de cabines pela operadora a ser contratada também pela Embratur que, dentro do pacote, prevê uma reserva de 500 leitos para países em desenvolvimento, cujos custos serão cobertos pelo Fundo Fiduciário da UNFCCC ou diretamente pelos países específicos, mas com um desconto compatível com as realidades dessas delegações.

Para a próxima vez

Pelo menos por enquanto, porém, Valter Correia não conseguiu visitar as obras do Terminal Portuário de Outeiro, mas marcou para breve uma nova tentativa de confirmar as informações de que as obras para ampliar a capacidade técnica e logística de fato permitiram o transporte transatlântico com mais de 300 metros de comprimento.

Papo Reto

·Se no ano passado houve choro e ranger de dentes com o quase cancelamento do 23º Festival de Ópera do Theatro da Paz, que saiu, embora meio capenga, este ano a coisa muda de figura.

·A abertura do festival será no sábado, 26, com a estreia mundial da ópera “Cobra Norato”, baseada no poema de Raul Bopp. O espetáculo é inédito, dirigido pela Gávea Filmes, vindo diretamente do Rio de Janeiro, com direção cênica da atriz e diretora Carla Camuratti.

·A condução da orquestra será do maestro Sílvio Viegas (foto) e estatuetas do estilista mineiro Ronaldo Fraga. Como se vê, não há economia, nem cortes de orçamento. Que bom.

·Não passa de pura desinformação a notícia de que os ônibus "Geladões" implantados nas linhas urbanas da RMB eram veículos velhos, recondicionados e adaptados, garantie um especialista no transporte de passageiros.

·Os conflitos agrários no Brasil envolveram 904 mil pessoas em 2024 e 13 mortes, diz a Comissão Pastoral da Terra no relatório Conflitos no Campo Brasil.

·O Fundo de Financiamento Estudantil abriu inscrições para vagas remanescentes do primeiro semestre. É bom ficar de olho no prazo final: 29 de abril.

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