Orla de Ananindeua, inaugurada com pompa e circunstância, pirotecnia e direito a show de R$ 330 mil do cantor Péricles é um dos primeiros projetos assentados sobre um dos mais polêmicos mecanismos legais sancionados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, entre as tantas medidas que sacrificaram o meio ambiente na gestão passada.
Baseada no PL 2.510/2019, a Prefeitura de Ananindeua desmatou a mata ciliar em todos os 800 metros de extensão da orla, numa suposta agressão ao bioma que contou, ainda, com a redução do leito do rio Maguari nesse trecho para a construção do muro de arrimo. Na comparação mais didática, por assim dizer, as áreas de matas ciliares funcionam para o meio ambiente como os cílios os humanos, no sentido de proteger os olhos dos malefícios que podem chegar até eles.
À
época da aprovação, o projeto foi considerado por ambientalistas e
especialistas como “o mais grave retrocesso na legislação ambiental já imposto
pelo Congresso nos últimos anos”. A destruição desse tipo de proteção,
sobretudo em áreas urbanas, como no caso de Ananindeua, aumenta os riscos de
enchentes e deslizamentos de terra, e compromete os recursos hídricos, cada vez
mais escassos e ameaçados pelas mudanças climáticas. Algo destoante com os
esforços pré-COP30.
Asfalto e ilhas de calor
Outros
erros na obra - orçada em R$ 60 milhões - são a falta de arborização da área, o
que torna o local praticamente inutilizado ao ar livre entre 11h e 16h; o
aumento das ilhas de calor, com tanto asfalto e concreto - o que também
dificulta o escoamento da água da chuva; a falta de espaços para interação com
a área verde e de rio, além de opção por uma ciclofaixa, ao invés de uma
ciclovia, o que daria muito mais segurança para quem optar por chegar ao local
de bicicleta. Só não vale dizer que não havia dinheiro para isso.
Terras de Marinha
O
tempo recorde entre o início e a conclusão da obra, assim como a intervenção
feita em uma área tão extensa de patrimônio protegido por lei, também gera
questionamentos sobre a atuação dos órgãos de proteção ambiental, sobretudo o
ICMBio, o Ibama e o Ministério Público Federal quanto à fiscalização e
cumprimento das obrigações legais para o projeto, uma vez que a área em questão
está sob responsabilidade da Marinha do Brasil.
Primeiro os meus
A
intervenção em áreas verdes é sempre algo muito delicado e que precisa levar em
conta não somente a necessidade de promover quem realiza esse tipo de obra, mas
também as consequências - inconsequências, nesse tipo de ação - que podem
trazer para o bioma e todos que dependem dele.
Como
dizem os observadores da cena: a orla mostra, entre tantos aspectos, que
Ananindeua está realmente em outro patamar - aquele que sacrifica o meio
ambiente para autopromoção da gestão municipal.
Sem esclarecimentos
A coluna
cumpriu todos os protocolos administrativos junto à Comunicação Social da
Prefeitura de Ananindeua - inclusive com envio de e-mail, conforme manda a
burocracia oficial - em busca de esclarecimento sobre o projeto e
licenciamentos pertinentes, mas não obteve resposta até o encerramento desta
edição. Extraoficialmente, fontes da prefeitura garantem que foram cumpridas
todas as obrigações legais para a execução do projeto, inclusive junto ao
Ibama.
Papo Reto
De Zé Carlos do PV (foto),
funcionário do governo Lula: “Brasil volta a liderar questões globais: sem
grosseria, palavrões, passar boiada, destilar ódio. A solução climática mais
eficiente é manter florestas e cuidar das pessoas.
Nas agências Círio da Caixa, à
Presidente Vargas, e do Santander, na Doca, que ficam com áreas dos caixas
eletrônicos abertos à noite, os mendigos aproveitam e dormem sob ar
condicionado e espantam clientes que procuram as instituições de manhã cedo.
A partir do próximo dia 14, o
Aeroporto Internacional de Belém contará com uma nova opção de rota
internacional. A Surinam Airways, companhia aérea nacional do Suriname, volta a
operar no Estado.
Os voos entre Belém e Paramaribo,
capital do país, serão realizados às quintas-feiras e aos domingos, no período
noturno. A nova operação, realizada com o Boeing 737-800, será comemorada na
noite anterior com o batismo da primeira aeronave dessa operação a pousar em
Belém.
A retomada da parceria com a
Surinam Airways é mais um reforço nas operações internacionais do aeroporto,
que, hoje, conta com rotas para quatro destinos fora do País: Fort Lauderdale,
nos EUA, operada pela Azul; Lisboa, em Portugal, pela TAP; Caiena, na Guiana
Francesa, pela Air France; e Paramaribo, no Suriname, com a Gol.
Dirigentes do Paysandu fizeram
festa na inauguração do primeiro campo do CT, em Águas Lindas, inclusive com a
presença dos jogadores que ganharam a Copa dos Campeões e fizeram sucesso na
Libertadores.
Mas teve um porém: não convidaram o
presidente dessa época, Artur Tourinho. Esquecimento ou inveja programados?
O BNDES firmou dois novos contratos
com o banco de desenvolvimento alemão KfW - Kreditanstalt für
Wiederaufbau-, para fortalecer projetos de mobilidade urbana sustentável e
restauração ecológica no Brasil.
Assinados, ontem, em Berlim, os
acordos compreendem um empréstimo de até 100 milhões de euros e uma doação de
até 15 milhões de euros, totalizando cerca de R$ 611,3 milhões.
Os recursos serão alocados pelo
Ministério do Desenvolvimento e Cooperação da Alemanha e implementados pelo
KfW.