Sinalização precária compromete segurança do trânsito nos principais corredores de Belém

Desde que a multiplicação de radares nas ruas da cidade substituiu os agentes de trânsito, condutores e pedestres convivem com o perigo diário e pedem providências.

24/12/2024, 08:00
Sinalização precária compromete segurança do trânsito nos principais corredores de Belém
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otoristas que trafegam pela avenida Presidente Tancredo Neves, antiga avenida Perimetral, bairro da Terra Firme, estão acostumados com a intensa movimentação do tráfego de veículos levando e trazendo pessoas de inúmeras repartições públicas localizadas naquela via. Contudo, não se acostumam - e por denunciam - com o que acontece que o serviço de manutenção das sinalizações horizontais e verticais está em péssimas condições em toda a cidade de Belém.


Antiga avenida Perimetral interliga três grandes bairros e reúne cerca de 300 mil usuários, mas é uma das mais comprometidas pela falta de manutenção/Fotos: Divulgação.
 “É um grande absurdo: faixas de ciclofaixa e de pedestres não existem, pois estão apagadas’. Encaminhamos esta denúncia para que os gestores da cidade de Belém sejam cobrados. Buscamos tentar sanar esse absurdo e apontar a falta de responsabilidade e respeito pela vida humana. Diariamente, ocorrem acidentes devido à sinalização precária na Perimetral”, desabafa um denunciante.

Acidente grave

 

Um ônibus da linha Canudos-Praça Amazonas e uma motocicleta colidiram em agosto deste ano, no bairro da Terra Firme. Uma mulher que estava no ‘carona’, em corrida de aplicativo, ficou com a perna esmagada ao parar embaixo do ônibus. O motorista da moto teve apenas ferimentos leves.

  

O acidente foi na rotatória da avenida Perimetral com a rua São Domingos. Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que a vítima foi encaminhada ao Hospital Metropolitano.  

 

Há dois anos, em 2022, um artigo dos pesquisadores Alex Geovany da Silva Miranda e Glauciane Santos da Silva, publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação -, trouxe um estudo sobre a avenida Perimetral, depois que ela foi duplicada e entregue em 2017, com obras no valor de R$ 26 milhões, interligando os bairros do Guamá, Terra Firme e Marco e beneficiando diretamente mais de 300 mil pessoas. A via é também um corredor de acesso à Estrada Nova e ao centro da cidade, segundo informações da Agência Pará, à época. Os pesquisadores produziram dados atuais e reais a respeito das condições de trafegabilidade e serventia da avenida.  

 

Bom enquanto durou

 

O serviço de pavimentação e drenagem da avenida Perimetral, executado por ocasião da duplicação da via, apresenta, visualmente, bons resultados e boa qualidade no trecho estudado. Porém, como a maioria das obras brasileiras de infraestrutura, carece de um plano mais efetivo de fiscalização e manutenção, itens fundamentais para prolongar a vida útil do empreendimento, trazendo economia de recursos aos cofres públicos e aos contribuintes. 

 

Manutenção periódica

 

De acordo com as patologias identificadas, as ações imediatas para aquela via seriam: manutenção corretiva do pavimento nos pontos de desgaste; afundamento plástico e degradação superficial, com raspagem e reconstrução dos trechos afetados; aplicação de reforço nas trincas longitudinais e em bloco; aplicação de remendo nos   buracos existentes no pavimento e reavaliação no sistema de drenagem. A conservação da via deveria contar com serviços periódicos de manutenção que devem ser realizados envolvendo técnicas reparadoras modernas de pavimentação, além da limpeza e preservação do sistema de drenagem, dos acostamentos e das áreas limites à estrada.   

 

O estudo mostrou que não há meio-fio na via e da pouca área e escape que existe está cheio de mato, sem a mínima manutenção.  

 

Falta de fiscalização

 

Os pesquisadores também apontam que a  fiscalização deveria ser rotineira, com ações educativas e com aplicação de multas, para que o usuário e a população do entorno da via possam entender o valor da obra e que ações corretivas de buracos e fissuras na via geram inúmeros problemas de mobilidade e custos financeiros. 

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