atentado à chácara da Prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, na noite da última quarta-feira, foi real e teria transmitido um recado: “Não se meta na nossa comunidade”.

Patrícia é proprietária de um terreno na Comunidade Canaã, à margem direita da BR-316, sentido Marituba-Benevides, com entrada à altura do Residencial Miriti. Trata-se de uma chácara típica, em cuja parte frontal se ergue um imóvel, ocupado por caseiros e, ao fundo, a residência, onde a prefeita esteve com amigos e a família no último final de semana.

A Coluna Olavo Dutra apurou que na quarta-feira, por volta das 20 horas, dois homens não identificados ocupando uma moto pararam em frente à propriedade e dispararam sete tiros em direção ao primeiro imóvel, deixando as marcas na parede. Os caseiros se encontravam na parte dos fundos da chácara e ninguém saiu ferido - mas o recado foi dado, direto de um morro no Rio de Janeiro.

O caso está sendo investigado sob o comando direto do delegado-geral, Walter Rezende, dado se tratar de uma autoridade pública. Fontes da Polícia Civil do Pará, que desencadeou uma intensa operação da área logo após o atentado, avaliam que a prefeita, candidata à reeleição, recebeu uma ‘advertência’ do tráfico, que controla parte da Comunidade Canaã, por uma suposta ‘promessa não cumprida’ nas eleições passadas.  

“O bem contra o mal”

No áudio que circula nas redes sociais, a prefeita tranquiliza a população de Marituba e seus seguidores, esclarecendo que ninguém saiu ferido no episódio e nem ela e a família estavam no local, e encerra dizendo: Deus no comando... Isso é a luta do bem contra o mal...”. O mal, no caso, é o tráfico, que, na Comunidade Canaã, é comandado por um traficante que se encontra foragido no Rio de Janeiro de nome Bruno.

Promessa de campanha

O que se diz é que, nas últimas eleições, Patrícia Alencar teria feito “promessas” não cumpridas ao longo do mandato. Como só agora, na campanha pela reeleição, segundo fontes da coluna, a prefeita começou as intervenções na comunidade, veio a reação, o que remete à ideia de que o atentado, felizmente, não passou de um recado - justificado com o uso da expressão “o bem contra o mal”.      

Silêncio da comunidade

A Comunidade Canaã se afundou no silêncio desde 2018, quando cerca de 30 moradores interditaram um trecho da BR-316 durante toda a manhã em protesto por melhorias. Àquela altura, eles exigiam a presença de representantes da Prefeitura de Marituba, obras de pavimentação, saneamento básico e melhorias na saúde. De lá para cá, nada mudou, exceto que a área está “controlada”.

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