etornou para São Paulo no meio desta
semana a equipe de gravação que visitou Belém para coletar material sobre o
caos que toma conta da cidade sob a administração do prefeito Edmilson
Rodrigues, do Psol. A produtora tinha um objetivo claro e bem definido:
produzir conteúdo para ser usado na campanha política contra Guilherme Boulos,
do mesmo partido do prefeito de Belém, candidato à prefeitura paulista nas
eleições municipais de outubro deste ano.
Com o apoio de uma produtora local,
não foi difícil para o grupo reunir conteúdo negativo em tudo quanto é área na
“Cidade das mangueiras”, mas a principal pauta abordada pelos marqueteiros foi
centralizada nos itens lixo e saúde. Nunca foi tão fácil, em se tratando de
lixo, que dá no meio da canela de qualquer transeunte, seja local ou visitante.
É como se o lixo se oferecesse a selfies ou, em outras
palavras, “posasse para fotos e imagens”. Saúde deu trabalho. Embora
concentrada em filas nos postos e hospitais, públicos e privados, exige
investigação.
A marca da gestão
Visitas às unidades de saúde e
prontos-socorros da cidade mostraram bem a incapacidade que marca a gestão Ed50
e deverá turbinar a campanha dos adversários de Boulos em São Paulo, de que “o
Psol não possui qualquer competência para gerenciar cidades de grande porte” ou
coisa que o valha. O mote da campanha, aliás, será, segundo
integrantes do grupo visitante à coluna: "Se não consegue gerir
decentemente Belém, imagina São Paulo, que é vinte vezes maior”.
Fila para críticas
O material também conta com
depoimentos de moradores de Belém avaliando a gestão do prefeito Edmilson
Rodrigues neste terceiro mandato - e é aí que o bicho pega. Farto material
'detonando' o prefeito foi gravado em diferentes bairros da cidade.
Como bem definiu um jornalista local
que acompanhou a equipe: “Era só ligar o microfone que se formavam filas de
pessoas falando cobras e lagartos do prefeito de Belém”.
Os produtores também pediam, ao final
de todo “sermão”, que os entrevistados alertassem os moradores de São Paulo
sobre o caos que é morar em uma cidade administrada pelo Psol. “Não caia nessa.
É furada!”, diziam os entrevistados sob um dos pedidos específicos de frases
gravadas pelos marqueteiros.
Holofotes nacionais
Ao fim e ao cabo, Ed50 segue
colocando o partido nos holofotes nacionais e sendo usado como referência para
muita gente na política. Pena que, para o sofrido morador de Belém, da forma
mais dolorosa que qualquer um possa imaginar.
Papo Reto
Não se surpreendam: o ator, diretor e
produtor Cláudio Barros (foto) promete acampar em frente ao
Teatro Waldemar Henrique, neste domingo, em protesto contra a portaria da
Fundação Cultural do Pará que arbitra taxas em valor fixo para as pautas no
teatro.
A reação de Cláudio vai direto ao
ponto: exigir o retorno imediato do modelo de percentual de bilheteria. A
medida, segundo ele, é um “desmando acintoso por afrontar uma relação de uso
estratégica” que por quatro décadas foi referência para o teatro de grupos de
Belém.
E mais: “tal atrevimento é coisa de
quem tem compromisso com todos os interesses, menos o público. Cheira a
estratégia de silenciamento da produção artística independente e pensante que,
por razões óbvias, atrapalha a vida dos políticos”.
E mata a charada: “a cara deles nem
treme quando decidem abrir as pautas à livre concorrência e cobrar antecipado
por elas. É praticamente excluir os artistas da cidade, que trabalham com
migalhas dos editais”.
Consagrados economistas apontam que a
"matemágica" do ministro da Fazenda, Fernando Haddad dá claros sinais
de ruína, considerando-se estimativas equivocadas de receita e despesa, ao
estilo da nova matriz econômica.
Aliás, há poucos dias o Tribunal de
Contas da União alertou para as receitas superestimadas e despesas subestimadas
no orçamento federal.
Diz um especialista que os gastos com
a Previdência, por exemplo, devem ficar em R$ 20 bilhões, e não os R$ 12,5
bilhões previstos no Orçamento da União.
Já os gastos com benefícios de
prestação continuada, o chamado BPC, devem crescer pelo menos uns R$ 5 bilhões
acima do previsto por Haddad. Ou seja, a pedalada será inevitável.