Gestão do Psol, lixo e caos na saúde em Belém vão turbinar campanha contra Boulos em São Paulo

Marqueteiros "embalam" imagens, depoimentos e críticas à administração da cidade, considerada uma das piores, para criar mote contra o partido na eleição da maior capital do País.

27/01/2024, 08:00

Bombardeado nas ruas e nos palanques, Edmilson Rodrigues, do Psol, inspira adversários do companheiro dele, Guilherme Boulos, em São Paulo, pela má gestão da capital do Pará/Fotos: Divulgação.


R

 

etornou para São Paulo no meio desta semana a equipe de gravação que visitou Belém para coletar material sobre o caos que toma conta da cidade sob a administração do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol. A produtora tinha um objetivo claro e bem definido: produzir conteúdo para ser usado na campanha política contra Guilherme Boulos, do mesmo partido do prefeito de Belém, candidato à prefeitura paulista nas eleições municipais de outubro deste ano.

 

Com o apoio de uma produtora local, não foi difícil para o grupo reunir conteúdo negativo em tudo quanto é área na “Cidade das mangueiras”, mas a principal pauta abordada pelos marqueteiros foi centralizada nos itens lixo e saúde. Nunca foi tão fácil, em se tratando de lixo, que dá no meio da canela de qualquer transeunte, seja local ou visitante.  É como se o lixo se oferecesse a selfies ou, em outras palavras, “posasse para fotos e imagens”. Saúde deu trabalho. Embora concentrada em filas nos postos e hospitais, públicos e privados, exige investigação.  

 

A marca da gestão

 

Visitas às unidades de saúde e prontos-socorros da cidade mostraram bem a incapacidade que marca a gestão Ed50 e deverá turbinar a campanha dos adversários de Boulos em São Paulo, de que “o Psol não possui qualquer competência para gerenciar cidades de grande porte” ou coisa que o valha. O mote da campanha, aliás, será, segundo integrantes do grupo visitante à coluna: "Se não consegue gerir decentemente Belém, imagina São Paulo, que é vinte vezes maior”.

 

Fila para críticas

 

O material também conta com depoimentos de moradores de Belém avaliando a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues neste terceiro mandato - e é aí que o bicho pega. Farto material 'detonando' o prefeito foi gravado em diferentes bairros da cidade.

 

Como bem definiu um jornalista local que acompanhou a equipe: “Era só ligar o microfone que se formavam filas de pessoas falando cobras e lagartos do prefeito de Belém”.

 

Os produtores também pediam, ao final de todo “sermão”, que os entrevistados alertassem os moradores de São Paulo sobre o caos que é morar em uma cidade administrada pelo Psol. “Não caia nessa. É furada!”, diziam os entrevistados sob um dos pedidos específicos de frases gravadas pelos marqueteiros.

 

Holofotes nacionais

 

Ao fim e ao cabo, Ed50 segue colocando o partido nos holofotes nacionais e sendo usado como referência para muita gente na política. Pena que, para o sofrido morador de Belém, da forma mais dolorosa que qualquer um possa imaginar.

 

Papo Reto

 

Não se surpreendam: o ator, diretor e produtor Cláudio Barros (foto) promete acampar em frente ao Teatro Waldemar Henrique, neste domingo, em protesto contra a portaria da Fundação Cultural do Pará que arbitra taxas em valor fixo para as pautas no teatro.

 

A reação de Cláudio vai direto ao ponto: exigir o retorno imediato do modelo de percentual de bilheteria. A medida, segundo ele, é um “desmando acintoso por afrontar uma relação de uso estratégica” que por quatro décadas foi referência para o teatro de grupos de Belém.

 

E mais: “tal atrevimento é coisa de quem tem compromisso com todos os interesses, menos o público. Cheira a estratégia de silenciamento da produção artística independente e pensante que, por razões óbvias, atrapalha a vida dos políticos”.

 

E mata a charada: “a cara deles nem treme quando decidem abrir as pautas à livre concorrência e cobrar antecipado por elas. É praticamente excluir os artistas da cidade, que trabalham com migalhas dos editais”.

 

Consagrados economistas apontam que a "matemágica" do ministro da Fazenda, Fernando Haddad dá claros sinais de ruína, considerando-se estimativas equivocadas de receita e despesa, ao estilo da nova matriz econômica.

 

Aliás, há poucos dias o Tribunal de Contas da União alertou para as receitas superestimadas e despesas subestimadas no orçamento federal.

 

Diz um especialista que os gastos com a Previdência, por exemplo, devem ficar em R$ 20 bilhões, e não os R$ 12,5 bilhões previstos no Orçamento da União.


Já os gastos com benefícios de prestação continuada, o chamado BPC, devem crescer pelo menos uns R$ 5 bilhões acima do previsto por Haddad. Ou seja, a pedalada será inevitável. 

Mais matérias OLAVO DUTRA