squeça tudo que ouviu dizer a respeito da eleição de novos diretores da Unimed Belém, principalmente a parte referente à chapa concorrente, que o CEO Wilson Niwa tentou tirar de rota para eleger sua sucessora.

O caso é o seguinte: ontem, sexta-feira, a desembargadora Margui Gaspar Bittencourt, do Tribunal de Justiça do Pará, deu a canetada definitiva, garantindo a participação da chapa Unimed + no pleito da Unimed Belém, o que representa, na linguagem popular, uma “canelada” nos planos do CEO.
Ampla concorrência
A decisão representa, no mínimo, um significativo avanço para a democracia e a transparência no processo eleitoral da cooperativa médica. Ao assegurar a ampla concorrência, a decisão da Justiça fortalece o direito dos cooperados de escolher seus representantes de maneira justa e plural, sem a prática feudal com que o CEO se habituou a operar desde que assumiu o cargo, incluindo manobras infames que às vezes escapam até aos olhos do Judiciário. Não desta vez.
No final das contas, a decisão reforça os princípios de equidade e participação, fundamentais para o desenvolvimento da instituição e para a busca contínua de melhorias no atendimento e gestão da Unimed Belém.
Fins e propósitos
Só para deixar bem claro, a assembleia geral desconvocada previa eleger novo presidente, nove integrantes do Conselho de Administração (Conad), cinco titulares da Diretoria Executiva (Direx) e três membros do Conselho Fiscal (Confisc). Por trás dessa ideia outra - “ideia fixa” -, era afastar um membro do atual Conselho que, tecnicamente, está no fim do exercício do cargo.
Explique-se, pois
Os efeitos pretendidos eram claros: o CEO Wilson Niwa temia perder na assembleia geral e manobrou para cassar as duas chapas concorrentes à eleição e assegurar a vitória do grupo encabeçado pela médica Luciana Valente. A decisão da desembargadora Margui Bittencourt, portanto, é água na fervura do CEO que, elegendo ou não a sucessora, ainda terá sob os ombros o peso das cobranças da Unimed Brasil e da Agência Nacional de Saúde e, mais grave, dos R$ 280 milhões de rombo apurados em balanço da Federação das Unimed da Amazônia, a Fama, que ele ainda preside.
Resumo da ópera
Em 12 anos de ineficiente comando Niwa da Unimed Belém, a cooperativa foi submetida a uma gestão fiscal da ANS, dois rateios, dois aportes e um terceiro aporte que será comunicado na assembleia geral de 8 de março.
Em se tratando de escolha de novos dirigentes, a decisão cabe aos cooperados. Ou como se diz nos cassinos de Las Vegas: “senhores façam seu jogo”.
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Papo Reto
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