Justiça derruba planos do CEO e autoriza concorrência na eleição da Unimed Belém

Decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça do Pará, Margui Bittencourt, garante participação da chapa Unimed+ e fortalece o direito de escolha dos cooperados.

01/03/2025, 08:15
Justiça derruba planos do CEO e autoriza concorrência na eleição da Unimed Belém
E


squeça tudo que ouviu dizer a respeito da eleição de novos diretores da Unimed Belém, principalmente a parte referente à chapa concorrente, que o CEO Wilson Niwa tentou tirar de rota para eleger sua sucessora.

A garantia de participação da oposição no pleito representa um avanço para os cooperados e o direito à livre escolha de seus dirigentes/Fotos: Divulgação.
Esqueça também a reunião de assembleia geral prevista para o dia 8 de março, que tinha entre outros fins obscuros afastar uma integrante da diretoria: foi desconvocada por absoluta falta de objeto, isto é, o “alvo” terá o mandato encerrado dias depois do que seria o da reunião.

O caso é o seguinte: ontem, sexta-feira, a desembargadora Margui Gaspar Bittencourt, do Tribunal de Justiça do Pará, deu a canetada definitiva, garantindo a participação da chapa Unimed + no pleito da Unimed Belém, o que representa, na linguagem popular, uma “canelada” nos planos do CEO.


Ampla concorrência

A decisão representa, no mínimo, um significativo avanço para a democracia e a transparência no processo eleitoral da cooperativa médica.  Ao assegurar a ampla concorrência, a decisão da Justiça fortalece o direito dos cooperados de escolher seus representantes de maneira justa e plural, sem a prática feudal com que o CEO se habituou a operar desde que assumiu o cargo, incluindo manobras infames que às vezes escapam até aos olhos do Judiciário. Não desta vez.

No final das contas, a decisão reforça os princípios de equidade e participação, fundamentais para o desenvolvimento da instituição e para a busca contínua de melhorias no atendimento e gestão da Unimed Belém. 

Fins e propósitos

Só para deixar bem claro, a assembleia geral desconvocada previa eleger novo presidente, nove integrantes do Conselho de Administração (Conad), cinco titulares da Diretoria Executiva (Direx) e três membros do Conselho Fiscal (Confisc). Por trás dessa ideia outra - “ideia fixa” -, era afastar um membro do atual Conselho que, tecnicamente, está no fim do exercício do cargo.

Explique-se, pois 

Os efeitos pretendidos eram claros: o CEO Wilson Niwa temia perder na assembleia geral e manobrou para cassar as duas chapas concorrentes à eleição e assegurar a vitória do grupo encabeçado pela médica Luciana Valente. A decisão da desembargadora Margui Bittencourt, portanto, é água na fervura do CEO que, elegendo ou não a sucessora, ainda terá sob os ombros o peso das cobranças da Unimed Brasil e da Agência Nacional de Saúde e, mais grave, dos R$ 280 milhões de rombo apurados em balanço da Federação das Unimed da Amazônia, a Fama, que ele ainda preside.

Resumo da ópera

Em 12 anos de ineficiente comando Niwa da Unimed Belém, a cooperativa foi submetida a uma gestão fiscal da ANS, dois rateios, dois aportes e um terceiro aporte que será comunicado na assembleia geral de 8 de março.

Em se tratando de escolha de novos dirigentes, a decisão cabe aos cooperados. Ou como se diz nos cassinos de Las Vegas: “senhores façam seu jogo”.

Conteúdo relacionado
CEO da Unimed Belém joga para tentar driblar impedimentos e fazer sucessora sob medida

Papo Reto

·Caiu uma bomba na Secretaria de Planejamento e Administração do Estado: sai Hana Ghassan (foto) e volta Eliete Braga - quando o carnaval passar. 

·A surpresa pegou principalmente a equipe técnica de carreira. Hana saiu do cargo pela segunda vez, mas, agora, para se dedicar 100% à política e tentar reverter o retrato das últimas pesquisas de intenções de votos.

·Outra ideia da mudança é evitar o desgaste das negativas que terá que dar a parlamentares e prefeitos devido à crise orçamentária e financeira enfrentada pelo Estado.

·A pergunta é: o que levou o governador Helder Barbalho ao substituir, por curto período, Eliete Braga por Hana Ghassan? Resolveu, afinal?

·Candidata a vereadora de Belém pelo MDB, Sue Mourão acaba de ser nomeada secretária-executiva da Secretaria de Segurança e Mobilidade da gestão Igor Normando.

·Sue Mourão não passou no teste das urnas, embora tenha chegado perto. Ela é mulher do comandante-geral da PM, coronel Dilson Júnior. 

·Aviso aos espertinhos de plantão em alguns postos da Grande Belém: a multa por vender gasolina comum como se aditivada fosse vai de R$ 5 mil a R$ 5 milhões.

·Iniciada a Operação Carnaval pela PRF, focada na velocidade e ingestão de álcool, para garantir a segurança nas estradas brasileiras.

·Todo cuidado é pouco: o carnaval pode aumentar a incidência de complicações respiratórias em crianças e idosos, diz a Fiocruz.

·Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na quinta-feira pelo IBGE mostram que a Taxa de desemprego subiu para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro.

·Já o Índice Geral de Preços–Mercado (IGP-M), usado para reajustar os contratos de aluguel, registrou inflação de 8,44% em 12 meses, considerando fevereiro, bem acima da taxa acumulada em fevereiro de 2024, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Mais matérias OLAVO DUTRA