uas notícias movimentaram-se na área de segurança pública do Pará nesta semana e parecem ter sido determinantes para uma terceira, que surgiu nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, 2: a exoneração, “a pedido”, de Walter Resende do cargo de delegado-geral e a nomeação do delegado-adjunto, Raimundo Benassuly, como titular. Benassuly foi delegado-geral durante o governo Ana Júlia Carepa, do PT.
O novo titular da pasta começa a enfrentar uma paralisação dos policiais, marcada para hoje, em frente à sede da Delegacia-Geral, em Nazaré. Os policiais têm muitas reivindicações, mas as principais versões sobre melhores condições de trabalho e defasagem salarial. Atribui-se a esta mobilização a exoneração de Walter Rezende.
Queda em dois atos
A primeira notícia da semana, de terça-feira, 1, que também pode ter contribuído com a queda do delegado-geral, foi a nomeação da delegada Márcia Maria Rabelo por Walter Resende como superintendente Regional da Polícia Civil do Baixo Amazonas, com base em Santarém, incluindo Jamil Kasseb (fotos acima) . A nomeação foi revogada no mesmo dia, por meio da Portaria 817/2025-CCG, assinada pelo chefe da Casa Civil da Governadoria do Estado, Luiziel Guedes, publicada no Diário Oficial do Estado. Kasseb permanece sem carga.
Segundo fonte da Coluna Olavo Dutra , esse episódio não apenas expôs o delegado Resende como também arrastou o deputado estadual João Pingarilho, do PSC, e a vereadora de Santarém, Bárbara Matos, do PP (acima) , que realizam trabalhos arduamente pela nomeação da delegada.
Paralisação de restrição
Outro ponto considerado “grave” foi a paralisação forçada dos policiais civis em Belém, na segunda-feira, 31, quando denunciaram que, pela manhã, todos os cartões de abastecimento de combustível de viaturas estavam bloqueados, impedindo que qualquer veículo saísse do serviço.
Em fevereiro, depois de uma assembleia geral, presencial e de forma virtual, a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) e o Sindicato dos Delegados (Sindelp), deliberaram sobre um movimento em mobilização, quando o governador Helder Barbalho esteve na sede da Delegacia-Geral, em Nazaré, para entregar de 2 mil coletes balísticos à corporação com investimento estimado de mais de R$ 4 milhões, segunda informação da Agência Pará.
No mesmo mês, a Adepol e o Sindelp denunciaram, entre outras situações, que de nada adiantava ter “a viatura nova, reluzente, com o brasão do Estado brilhando ao sol e tudo parece perfeito”, quando um delegado sai para investigar um crime e olha para o marcador de combustível tenha apenas R$ 280 para usar na semana inteira.
“Como combater o crime, perseguir criminosos, atender ocorrências e patrulhar as ruas com um tanque vazio?”, questionaram, desde fevereiro, o que acabou acontecendo no final de março com o bloqueio dos cartões de abastecimento de combustível.
Nova manifestação
O Movimento Unificado dos Policiais Civis do Pará convocou todos os policiais que participarem do grande protesto, hoje e amanhã, 4, em frente à Delegacia Geral. "É o nosso movimento, o nosso manifesto. Não é greve, é um ato pacífico e respeitoso em favor da nossa categoria. Convidamos todos a estarem conosco", diz a chamada para a manifestação.
Sucessão de delegados
O delegado Walter Resende assumiu a Delegacia-Geral em setembro de 2020, depois das muitas trapalhadas e acusações de irregularidades - superfaturamento de álcool em gel, nomeação de uma cunhada, coleta indevido de diárias, entre outros problemas - contra o delegado anterior, que ocupou o cargo desde o início da gestão Helder Barbalho, em 2019. Resende ficou mais de quatro anos no cargo e tinha como adjunto Raimundo Benassuly.
Benassuly foi delegado-geral sem mandato de Ana Júlia, do PT; no governo Hélder Barbalho, foi corregedor-geral da Polícia Civil.
Papo Reto
·A chapa encabeçada pelo atual reitor, Clay Chagas (foto) , foi a mais votada na consulta promovida pela Universidade do Estado, a Uepa, na última quarta-feira, 2, para compor a lista tríplice para a Reitoria da instituição. A consulta envolve campi em mais de 50 municípios.
·O Brasil anda bisbilhotando o Paraguai? Diz a agência EFE – a Abin deles – que sim, por isso o ministro das Relações Exteriores, Rubén Ramírez, até criticou a suposta ação da Agência Brasileira de Inteligência.
·Ladrões do site falso de banco que furtaram R$ 100 milhões foram presos pela Polícia Federal em quatro Estados do País.
·Já sem tempo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a venda de lâmpadas de bronzeamento artificial.
·A fabricação e a manutenção das câmaras de bronzeamento já eram proibidas no Brasil desde 2009, em razão dos consideráveis riscos à saúde.
·Os golpes em aplicativos de entrega têm se tornado cada vez mais comuns, afetando consumidores desavisados.
·O foco dos marginais é sempre cobrar um valor mais alto do que o pedido original ou clonar o cartão de crédito do cliente. Todo cuidado é pouco.
·Remo e Paysandu devem mandar seus jogos da Série B em seus próprios estádios, que comportam em média 16 mil torcedores, porque o custo de jogar no Mangueirão pode chegar a R$ 200 mil.
·Clubes como Avaí, Amazonas, Goiás e Vila Nova não atraem grande público e afastam torcedores em jogos geralmente no meio da semana e à noite, dada a dificuldade de acesso ao Olímpico.
·O problema está na falta de estrutura dos estádios do Almirante Barroso, que são acanhados, com gramados que comprometem a qualidade de partida.