uinze dias depois de retomar a gestão entregue à empresa baiana, a Prefeitura de Ananindeua, através da Secretaria de Trânsito e Transporte, conseguiu botar ordem e civilidade nos serviços oferecidos pelo terminal de passageiros do município, que opera, na verdade, como um "ponto de parada" para operadores - empresas e cooperativas - das linhas intermunicipais reguladas pela Arcon e linhas interestaduais reguladas pela agência Nacional de Transportes Terrestres.

Desde 2002, a baiana Sinart, ou Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário Turístico administra o Terminal de Belém. Por diversas vezes foi alvo de queixas e até mesmo de processos junto ao Ministério Público Estadual, em razão de problemas com acessibilidade - escada rolante sempre quebrada -, exploração draconiana do estacionamento, restrições ao uso de banheiros ao público e até superexploração de publicidade.

Um ano depois de se instalar em Belém, a empresa também conquistou o direito de administrar o Terminal de Ananindeua, mas, a opinião geral é de que nunca fez investimentos mínimos capazes de melhorar a vida de quem trabalha no terminal, ou mesmo busca melhorar a qualidade do serviço de transporte.

Rescisão de contrato

No dia 18 de setembro de 2023, a Prefeitura de Ananindeua editou decreto de "rescisão unilateral" do contrato, alegando "caducidade". O que se diz é que havia dívidas acumuladas e queixas de operadores contra o que classificavam de "balbúrdia geral", protagonizada principalmente por cerca de 40 donos de carros particulares que, diariamente, vinham disputando passageiros "a tapa", até mesmo em frente aos guichês de empresas e cooperativas reguladas. O mesmo decreto concedeu à Secretaria de Transporte e Trânsito a responsabilidade pela nova gestão do terminal.

Ordem na casa

 O que se viu durante a gestão da Semutran, na opinião dos operadores, foi "um rápido e correto ordenamento do ambiente, com a eliminação quase sumária e inegociável daqueles que sempre tentaram explorar o serviço de transporte de forma irregular, sobretudo carros particulares, que de um tempo para cá passaram invadir a região metropolitana vindos de todos ou municípios, sob a mais criminosa conivência da Arcon.

Desfecho inesperado

Um manto de obscuridade, no entanto, acabou permeando o desfecho desse processo, que poderia perfeitamente ter um final feliz se, no dia 22 de outubro de 2023, a Prefeitura de Ananindeua não tivesse restabelecido plenamente o "contrato caduco”.

Nesse gesto inesperado e inexplicável, entregou de bandeja à concessionária a administração, operação, manutenção e exploração comercial de serviços, boxes, lojas e áreas do que será o único ponto de embarque e desembarque de passageiros das linhas intermunicipais de curta, média e longa distância, bem como das linhas interestaduais", com uma única exigência: que a Sinart, de uma vez por todas, passe à sua titularidade a unidade consumidora de energia, recolhendo aos cofres municipais o valor que ficou em aberto da referida unidade.

Tudo como dantes

Transportadores clandestinos de passageiros festejaram o retorno da Sinart ao comando do Terminal de Ananindeua, porque readquiriram a condição de poder "defender o leite das crianças" à custa do risco que representam para vidas alheias e ao sistema de transporte como um todo.

Papo Reto

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