Faculdade de História da Universidade Federal do Pará (UFPA) promoveu um processo seletivo simplificado - Edital número 154, de 4 de julho de 2024 -, sob o tema “História da Amazônia”, para selecionar professor substituto, mas, ao que tudo indica, haveria ex-bolsistas do curso e orientandos ligados aos membros da banca como concorrentes.

Por ocasião da prova didática,
porém, surpresa geral: candidatos com doutorado foram reprovados e os que têm
vínculo com os membros da banca, aprovados. Duas candidatas reprovadas entraram
com recursos e conseguiram anular a prova didática, porque se constatou que
essa prova não foi gravada, como prevê o regimento de concursos.
A pergunta
que fica é: “Ou a banca não leu as normas de concurso, ou havia interesses nada
republicanos por trás do certame. Fique claro desde já, como adverte fonte
da Coluna Olavo Dutra: a prática de participação de ex-bolsistas e
orientados no processo “não é ilegal, mas é imoral, no mínimo”.
Comissão avaliadora
O certame para o cargo de professor substituto ofertou quatro vagas, exigindo requisitos mínimos como graduação em Licenciatura ou Bacharelado em História e pós-graduação (stricto sensu) em História ou em áreas afins das Ciências Humanas. A comissão avaliadora foi composta pelo professor Aldrin Figueiredo, presidente; e os professores William Gaia Farias e Agenor Sarraf Pacheco, membros titulares. As candidatas Adriana Coimbra e Kelly Tavares entraram com recurso contra os fatos ocorridos durante a prova didática, que era de caráter eliminatório e classificatório.
Os dois processos
O processo
de Adriana tem o número 23073.057014/2024-22 e nele a candidata solicitou
revisão de nota relativa à segunda fase do certame, de 6,5 para 7,5, pois a
nota atribuída a eliminou do certame. A candidata alega ter atendido aos
critérios estabelecidos em edital, deixado claro objetivos, apresentando o
conteúdo de forma clara, com linguagem formal e respeitando o tempo de aula
estabelecido.
Adriana
também solicitou acesso à gravação da aula para que pudesse avaliar seu
desempenho. A banca avaliadora disse que a pontuação final da candidata foi pela
média da pontuação atribuída pelos três avaliadores. A banca examinadora
ressalta que por não se tratar de concurso, o PSS não obriga a gravação da
prova didática, indeferiu o recurso de Adriana e manteve a pontuação por ela
obtida.
As
contestações da candidata Kelly Tavares estão no processo 23073.056642/2024-91,
no qual reclama a nota de 5,5 na prova didática, considerado pelo edital como
abaixo da nota mínima de 7,0, necessária para a aprovação.
A
candidata reclama também sobre a prova de desempenho didático não ter sido
gravada. Kelly alega também ter tido prejuízo devido a um dos membros da banca
ter chegado 9 minutos atrasado, após o horário estabelecido em sorteio dos
pontos, realizado no dia 30 de agosto passado. Isso configura, segundo ela,
“descumprimento dos acordos estabelecidos em edital, o que compromete a lisura
do certame”. A candidata afirma que o atraso desorganizou a percepção da
passagem do tempo e o gerenciamento do tempo traçado anteriormente.
Pesos e medidas
A banca reafirmou que a
pontuação final da candidata se deu pela média da pontuação dos três
avaliadores. Em relação ao horário, destacou que a candidata proferiu sua aula
em 42 minutos.
A banca
examinadora deu outra versão no processo da candidata Kelly. Se no processo de
Adriana, a banca se ateve ao que está no edital, no de Kelly, a explicação foi
porque, por problemas técnicos, a aula não pode ser gravada. A banca se apoiou
nas anotações dos três membros que assistiram a aula, e indeferiu o recurso da
candidata.
As duas
candidatas recorreram em outra instância e o parecer de Cezar Romeu Quaresma
disse que não há provas de qualquer vício ou irregularidade na atribuição das
notas do PSS pela Comissão Avaliadora, que é devidamente baseada nas resoluções
da UFPA.
O parecer
afirma que é impossível qualquer juízo legal sobre as notas atribuídas e o
desempenho das candidatas sem a prova material - gravação em vídeo - da
execução da prova didática de ambas. “Dito isso, e de modo a
corrigir esse erro procedimental, sou de parecer de que a etapa relativa à
prova didática seja anulada e que uma nova prova seja realizada pelas
candidatas, observando-se rigorosamente o que estabelece o edital 154, de 4 de
julho de 2024”, encerra o parecer de Cezar Romeu.
Papo Reto
· Dos 35 vereadores com assento
na Câmara na atual legislatura, apenas um - Igor Andrade (foto) -
prestigiou a tradicional visita da Imagem peregrina à Casa, ontem. Tamanha
ausência não passou despercebida.
· A vereadora Sílvia Letícia, do
Psol, se pronunciou pela primeira vez, ontem, depois da eleição, em que não
logrou êxito.
· Disse alto e em bom tom que,
com relação ao segundo turno, não aceitará nenhuma retirada de direitos dos
trabalhadores, como a reforma da previdência.
· Para
manter a coerência, disse que o apoio político do partido ao candidato do MDB à
prefeitura, não representa a ala que integra.
· Segundo a parlamentar, ‘o apoio
crítico do partido foi apressado e não nos representa, pois não ouviu a
militância”.
· Com aval do Tribunal Superior
Eleitoral para se candidatar, acredite, o multicondenado ex-governador do Rio
de Janeiro Luiz Fernando Pezão foi eleito prefeito de Piraí.
· Outro filho de Bolsonaro, Jair
Renan Bolsonaro, foi o mais votado vereador de Balneário Camboriú, em Santa
Catarina, com 3.033 votos.
· Oitenta por cento dos
prefeitos que tentaram reeleição obtiveram a bênção de um novo mandato. Foram
2.444 reeleitos no País. O comércio deve faturar R$ 9,35 bilhões em vendas de Dia das Crianças, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
· Então, fica combinado assim:
no jogo de ontem contra a Chapecoense, o Paysandu mostrou mais empenho,
determinação e garra sem treinador titular e atuando mais de meio tempo com
apenas dez jogadores.
· Só para
lembrar, Cláudio Coutinho, treinador do Flamengo que passou pela Seleção
Brasileira, chegou a defender a tese segundo a qual com dez jogadores as
equipes rendem melhor.