Vereador do PL propõe extinção da "menina dos olhos" da gestão Ed50, o programa "Bora Belém"

Cerca de 80 mil pessoas devem ser privadas do benefício cantado em prosa e verso pelo ex-prefeito de Belém, mas a pergunta é: já combinou com a Câmara e o prefeito Igor Normando?

27/03/2025, 12:20
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programa que fazia brilhar os olhos do ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, do Psol, o “Bora Belém” - aquele com o qual ele abriu a boca para dizer que a cidade “é a única capital brasileira que possui um programa de renda básica para combater a fome” - criada por ele em 2021, está ameaçada de extinção - sem direito a integrar a famosa lista do Ibama.

O prefeito Igor Normando ainda não se manifestou sobre o projeto do bolsonarista Zezinho Lima e muito menos sobre o ex-prefeito/Fotos: Divulgação.
Na tarde de quarta-feira, 26, Edmilson alertou, pelas redes sociais, que um projeto estaria sendo votado na Câmara de Vereadores de Belém, com risco de ser sancionado pelo prefeito Igor Normando, consolidando o passamento.

A Lei 9.665/2021 institui o “Bora Belém”, de fato, o único programa de combate à fome existente entre as capitais brasileiras, por iniciativa do Executivo do município, beneficiando 80 mil pessoas na capital. Nele, cada família recebe de R$ 250 a R$ 500, por mês, dependendo do número de filhos, um investimento mensal de R$ 5 milhões.

Na postagem, além de defender a exclusão da proposta, Edmilson questionou publicamente o atual prefeito Igor Normando, do MDB, sobre se ele aceitará extinguir o programa.

Revogação sumária

O projeto demolidor, de número 06, de 21 de fevereiro de 2025, é de autoria do vereador Zezinho Lima, do PL, que deu entrada na Câmara de Belém, apenas ontem, 26 de março.

O texto da proposta revogada, sumariamente, o programa “Bora Belém”. Diz que a instituição responsável pelo pagamento do benefício deve comunicar a todos a revogação do pagamento e que os recursos efetivamente previstos para o pagamento do programa devem ser devolvidos ao Fundo de Assistência Social ou demais fundos públicos dos quais foram retirados. A lei deve entrar em vigor 30 dias após a sua publicação.

Desgraça antecipada

Segundo um famoso colunista em Belém, "na próxima sessão da Câmara Municipal espera-se que o programa 'Bora Belém', que custa cerca de R$ 60 milhões por ano aos cofres da prefeitura, seja finalmente votado. Um levantamento revela que 90% dos beneficiários pelo programa estão cadastrados também no Bolsa Família, o que levanta questões sobre a real eficácia e os impactos dessa iniciativa", alertou o colunista.

Um apelo enviesado

Como sempre, desde que começou a gestão Igor Normando, Edmilson Rodrigues usou as redes sociais para retrucar o atual gestor sobre o que ele considerou errado nas decisões do novo prefeito: “Em 1º de janeiro de 2021, em plena pandemia, a nossa gestão criou o 'Bora Belém', um programa de renda cidade para apoiar a população vítima da fome. Realizamos uma busca ativa em toda a cidade, confirmando a real necessidade de todas as famílias cadastradas no CADUnico. Portanto, sabemos que o ‘Bora Belém’ atende as pessoas realmente necessitadas”, justificou.

"Venho perguntar publicamente ao prefeito Igor Normando se ele terá a coragem de extinguir o 'Bora Belém', em nome de uma suposta política de 'economia de gastos'. Não aceitoei calado essa política de fome imposta à nossa população".

O ex-prefeito disse também que em Belém, a sobrevivência de 18 mil famílias está em risco: “O equivalente a 80 mil pessoas é dependente do ‘Bora Belém’ para ter comida na mesa”, estimou.

Aos bons entendedores

Questionada pela Coluna Olavo Dutra, a Prefeitura de Belém esclarece que “a iniciativa do projeto de lei que extingue o projeto "Bora Belém" é do vereador Zezinho Lima-PL. Qualquer manifestação do Executivo municipal seria uma intervenção direta no Poder Legislativo municipal que, por lei, tem autonomia para discutir o assunto. No entanto, é importante orientar que notoriamente o vereador Zezinho Lima não faz parte da base de apoio do prefeito Igor Normando.

Papo Reto

·Toda apreensão de gado clandestino na região de Chapadão, em Santarém, oeste do Pará, leva os animais ao mesmo destino incerto e não sabido.

·Toda Bandeira levantada contra o desmatamento no Pará e na Amazônia merece ser reforçada e o suposto descaminho do gado, devidamente investigado, com a segurança dos responsáveis.

·A denúncia do vereador do PDT de Santarém, Elielton Lima (foto) , em matéria publicada pela coluna, não deve cair no vazio como tantas outras. Ou o que será das instituições?

·Os rastos da manada são conhecidos de Itaituba a Belém. Tem “gato” no telhado, como entenderão os bons entendimentos. Até prefeitos costumam ser procurados com oferta de venda de boi.

·Como diria “Garganta profunda” no filme “Todos os homens do presidente”, referente ao Caso Watergate, envolvendo a cúpula da administração Nixon na presidência dos EUA: “Siga o dinheiro”.

·No caso do Pará, sejam as declarações feitas pela Polícia Federal ou pelo Ibama, a sugestão ao Ministério Público Federal seria: “Siga os bois”.

·A mudança de comando no ex-Igeprev foi tão “harmoniosa”, como sugerem notas de coluna social, que o novo presidente, Neném Albuquerque (foto) , substituiu praticamente todos os remanescentes.

·O Diário Oficial de hoje publica uma série de exonerações, uma delas, a de Camila Bussarello da diretoria de Previdência e de Franklin Contente da diretoria de Administração e Finanças.

·Apósem a região central de Belém, especialmente o entorno das ruas dominadas João Alfredo e Manoel Barata, os chineses deverão ocupar uma praça na próspera região do bairro de São Braz.

·Trata-se do prédio de três andares onde funcionou o Supermercado Almirante, depois foi ocupado pelas Lojas Americanas.

·A expectativa é que o local se transforme em uma galeria dos famosos cadgets chineses, com academia fitness e praça de alimentação.


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