Candidatura de Eder Mauro à Prefeitura de Belém pode ser balão de ensaio; Rogério Barra seria nome.

Problemas do PL na Justiça Eleitoral estariam travando o delegado que, pessoalmente, prefere disputar o Senado em 2026; sem se mostrar candidato, vira alvo de especulações.

26/02/2024, 13:40
Candidatura de Eder Mauro à Prefeitura de Belém pode ser balão de ensaio; Rogério Barra seria nome.
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e cada quarteirão mede 100m x 47m, restam 4.700m2 de área “livre”; e se em cada metro quadrado cabem, no máximo, quatro pessoas, cada quarteirão reuniria 18,8 mil pessoas, o que, vezes seis quarteirões lotados totalizam 112.8 mil pessoas. Matematicamente, portanto, a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, ontem, não reuniu 80 mil pessoas, isto é, muito longe dos tais 1,5 milhão anunciados - caso em que a matemática desmente a narrativa. Mas esta não é exatamente a questão a seguir.


O deputado estadual Rogério Barra, filho de Eder Mauro, aparece como possível candidato no lugar do pai que, em São Paulo, ontem, participou da manifestação de Bolsonaro/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

O certo é que, no meio dessa multidão de 80 mil ou de 1,5 milhão de manifestantes, como querem os organizadores do evento - que virou até tema de discussão entre acadêmicos da poderosa USP -, estava um possível candidato à sucessão do prefeito Edmilson Rodrigues, em Belém - e não era o deputado federal Éder Mauro, mas Rogério Barra, deputado estadual, filho dele, encarnado e esculpido homem de direita.

 

O caso remete a uma das teorias mais desconhecidas da filosofia contemporânea, a teoria do acaso, também proposta por Charles S. Peirce, segundo a qual o acaso tem uma existência objetiva e não é apenas uma consequência da ignorância. No português claro: o acaso desempenha um papel fundamental na natureza e no Universo, isto é, há pessoas que são propensas a serem recompensadas pelo acaso, onde se encaixa o prefeito Edmilson Rodrigues.

 

Eder Mauro tem na pior pesquisa, 17% e, na melhor, 22%. Atrás dele, pela ordem, aparecem o atual prefeito, Úrsula Vidal e Everaldo Eguchi. Edmilson trabalha para neutralizar Úrsula - já discutiu inclusive com o PT e com o governador Helder Barbalho sobre isso - e considera que Eguchi está na conta do governador. Se Eder Mauro indicar o filho, que tem 6%, Edmilson acaba saindo do inferno astral em que se enfiou.

 

Expressão da direita

 

Até onde a vista alcança, o delegado Eder Mauro, expressão máxima da direita no Pará atrelada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ostenta uma posição confortável para uma eventual disputa à Prefeitura de Belém, que lidera em quase todos os cenários, segundo as pesquisas disponíveis, mas não se identifica nele, ao menos até o momento, toda essa disposição para tal; muito pelo contrário.

 

Não se fala no assunto

 

Suas incursões nessa área têm sido, por assim dizer, transversais. Eder Mauro jamais vai direto ao ponto, o que vem despertando a atenção dos observadores de plantão e certamente não escapam ao olhar atento do governo do Pará, apesar do sinal verde dado pela direção nacional do PL, para quem o partido não tem outro nome, senão o dele, para um embate político praticamente frontal com a máquina do Estado, tendo ou não candidato definido ante a instabilidade que embala o atual alcaide.

 

Alternativas possíveis

 

Então, o que move o delegado Eder Mauro no sentido contrário ao que apontam as pesquisas sugere duas alternativas: uma estacionada na Justiça Eleitoral, pela qual poderá ser cobrado por suposto descumprimento de regras nas últimas eleições - e nesse caso o prejuízo irá para todos os candidatos do partido eleitos ou não em nível nacional pelo Pará, inclusive Everaldo Eguchi, suplente, que já não faz mais parte da legenda -, e outra de “foro íntimo”.

 

Em uma escala de 1 a 10, a primeira alternativa responderia por 3,5 pontos do suposto desinteresse; já a segunda, embora acomodada à sombra do foro íntimo, é a possibilidade de ir à guerra com uma baladeira, e pior, em que será o caranguejo entre o mar bravio e o rochedo.      

 

Ser ou não ser, eis...

 

Parece claro que Eder Mauro vive um dilema: ser ou não ser candidato. Fontes ouvidas pela coluna em Belém avaliam que o imbróglio jurídico de contorno nacional estaria travando o deputado, que seguiria sustentando a condição de candidato somente para, à última hora, lançar o filho na empreitada, ainda que arriscando seu prestígio político e os indicadores eleitorais postos à mesa a seu favor.

 

Gestão de “herança”

 

Fonte de Brasília, no entanto, garante que o receio do delegado recai no que ele mesmo classifica de "herança maldita” que receberia em caso de uma vitória nas urnas neste ano, a ser enfrentada sem apoio ou recurso federal, muito menos estadual. E ainda há o sonho do delegado por uma vaga de senador, daqui a dois anos, com base no capital político que estima carregar - este sim, seu verdadeiro objeto de desejo.

 

Vai que é tua?

 

A decisão de indicar Rogério Barra para a vaga, preservando-se para uma possível disputa ao Senado em 2026, seria, digamos, como jogar o próprio filho aos leões, considerando que a transferência de votos é um sujeito oculto, até prova em contrário, mas, ao refugar, ante o clima de insegurança que não é a praia dele, o delegado terá feito sua escolha.

 

A favor de Eder Mauro conta que assessores mais próximos sustentam que, desde que foi lançado ao cargo, inclusive tendo recebido apoio do ex-presidente Bolsonaro, Eder Mauro tem encarado o fato como “questão fechada”, mas, como não se mostra, nem age como candidato, abre brecha a especulações e corre o risco de sequer aparecer nas pesquisas.

 

Papo Reto

 

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O Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiepa e a Financiadora de Estudos e Projetos promovem no próximo dia 6 o ‘Finep Day’, um dos encontros mais importantes para o fomento à inovação no Brasil.

 

O evento será no Auditório Albano Franco, em Belém, a partir das 9 horas, e contará com o apoio do Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais.

 

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Até o momento, somente 493 dos 5.568 municípios e dois territórios federais brasileiros - ou seja, 8,83% das cidades - foram contemplados com vacinas contra a dengue pelo governo federal.

 

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Brasileiros viraram réus por suposta ligação com Hezbollah no Tribunal Regional Federal (TRF-6), que acatou a denúncia.

 

O STF julga nesta semana recurso sobre "revisão da vida toda" do INSS, o que pode impactar no cálculo da aposentadoria, podendo beneficiar 380 mil aposentados.

 

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