Polícia e órgãos ambientais fecham cerco para conter pesca clandestina de pargo na costa do Pará

Captura em período de “defeso”: Associação de Produtores da Amazônia Azul tenta criar mecanismos para garantir atividade sustentável.

06/05/2024 08:00

Mais de 4 toneladas de peixe foram apreendidas e distribuídas a pessoas em situação de vulnerabilidade em Bragança e Augusto Corrêa/Fotos: Divulgação.


I


nformações reunidas junto à comunidade bragantina pela Associação Brasileira dos Produtores de Pescado da Amazônia Azul - fundada em setembro de 2021 -, que estuda, organiza e defende as pautas do segmento produtivo do pargo, foram decisivas para levar ao êxito, esta semana, duas operações de combate à pesca clandestina em pleno período de "defeso", encerrado no último dia 30.

 

Durante o "defeso" da espécie pargo, iniciado em 15 de dezembro, associados relataram informações de que algumas embarcações não regulamentadas pelo Ministério da Pesca estariam capturando pargo na costa paraense, fatos levados imediatamente pela entidade ao conhecimento da Polícia Civil e órgão ambientais. Nenhuma das primeiras denúncias gerou apreensões, mas, no dia 30 de abril, último dia do "defeso", a embarcação Vitória II, depois de chegar em Augusto Corrêa e aportar na geleira Ice Mar, foi abordada por agentes da polícia civil e da Secretaria de Meio Ambiente locais. Na embarcação foram encontrados armazenados e imediatamente apreendidos 3.250 kg de peixe.


Em Bragança, também durante a semana, foi apreendida pela polícia 1 tonelada transportada em caminhão que se preparava para viajar com a carga rumo ao Nordeste.


Imediatamente às formalidades legais, as cargas foram distribuídas entre igrejas e entidades que atuam na assistência a pessoas em estado de vulnerabilidade social em Bragança e Augusto Corrêa.


Regulamentar esforços

Na persistente busca da regularização do esforço de pesca do pargo, a Associação insiste na união geral entre os produtores dispostos a se adequarem às normas de sustentabilidade e no diálogo proativo com o Ministério da Pesca e os organismos ambientais na busca de um ordenamento definitivo para a atividade, sob pena de, em pouco tempo, vermos a exaustão dos estoques.


Cotas para nortear

Seguem intensas as discussões técnicas no sentido da adoção da política de cotas para o pargo, a exemplo do que já foi delineado pelo governo para outras espécies, como é o caso da tainha. Falta definir a quantidade máxima a ser capturada por temporada de pargo. A Associação defende que seja fixado o limite de 4.000 toneladas-ano, montante já registrado no Pará anos atrás.


O governo acena com um limite de 2.600 toneladas-ano, o que, para a Associação, inviabilizaria a atividade. Imagina-se que um entendimento possa estabelecer um patamar conciliatório na ordem de 3.200 a 3.500 toneladas-ano de pargo para ratear entre a frota - cerca de 100 barcos - rigorosamente habilitada para a pesca da espécie na costa paraense.


Fonte da Coluna Olavo Dutra conseguiu apurar na região bragantina que, com a pressão contra a pesca ilegal do pargo, boa parte das embarcações que não conseguiram se adequar para a pesca já retornaram ao Nordeste, sobretudo o Ceará, destino natural, aliás, dos frutos da captura ilegal no Pará, beneficiada com a complacência na fiscalização de fronteira. 



 

Papo Reto

 

· Decididamente, a web não perdoa. Agora passa a questionar o “total silêncio” da CNBB sobre a tragédia do Rio Grande do Sul - e olha que o presidente é ninguém menos do que o arcebispo de Porto Alegre Dom Jaime Spengler.

 

· Na mesma toada, bem que a CNBB Norte 2 também poderia entrar na mobilização pelo Rio Grande do Sul, até porque Dom Irineu Roman (foto), o presidente, é gaúcho da gema. 

 

· Belo exemplo de união e exemplar solidariedade estão dando os governadores Ibaneis Rocha - Distrito Federal -, Ronaldo Caiado - Goiás - e Tarcísio de Freitas - São Paulo - na terrível tragédia que assola o Rio Grande do Sul.

 

· O "Padre Justin", ferramenta baseada em inteligência artificial para responder a perguntas sobre catolicismo, acabou “excomungado” após recomendar o batismo de crianças em Gatorade.

 

· Era para o sacerdote virtual servir apenas como um recurso de suporte espiritual, mas passou dos limites ao se comportar como um padre real e, pior, despreparado para a função.

 

·  Com o aperto na fiscalização das empresas locais, ficou claro que o pargo teimosa e ilegalmente capturado no Pará durante o "defeso" da espécie foi todo vendido no Nordeste, daqui levado em caminhões frigoríficos que se revelaram "invisíveis" ao sistema de fiscalização do Pará.

 

· A participação de magistrados até do STF em eventos financiados por empresas privadas ainda se trata de problema ético ou escancarou geral?

 

· Nova missão pode lançar luz sobre os segredos do lado oculto da Lua, com a sua crosta mais espessa e muito diferente do lado que foi explorado durante as missões Apollo. 

 

 

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