Incra, Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária, tem conhecimento - mas finge não ver - da debandada ilegal de pequenos agricultores que seguem vendendo os lotes recebidos do governo federal como parte do plano de assentamento na região da PA-370, a Transuruará, trecho de 70 quilômetros que vai da BR-010, a Transamazônica, até a BR-163, a Santarém-Cuiabá. Há quem já tenha conseguido até R$ 1,5 milhão por um lote à margem da rodovia.

Só para lembrar: dois anos atrás, quase 300 agricultores e trabalhadores rurais da região acamparam em frente à sede do Incra em Santarém exigindo a publicação no Diário Oficial da União das portarias dos novos assentamentos, que agora estão vendendo, o que remete a uma expressão muita utilizada por uma alta autoridade da Faepa: “terra é o que não falta no Pará; o que falta é gente para trabalhar”. Faz sentido,
A origem do problema está, exatamente, na pavimentação da rodovia, entregue
recentemente pelo governo do Estado. Não que o asfalto tenha sido mal feito ou
seja visto com maus olhos por quem dirige na região, e sim porque valorizou,
astronomicamente, da noite para o dia, lotes antes localizados, literalmente,
dentro do mato. Com o dinheiro que pegam na venda dos lotes, esses pequenos
agricultores compram terras mais em conta em áreas muito mais isoladas e voltam
a se isolar dentro do mato.
Região do Chapadão
A pavimentação da Transuruará facilitou o acesso à região conhecida como Chapadão. Trata-se de uma extensa área de terra plana que se estende por 15 quilômetros ao longo da rodovia e 15 quilômetros à esquerda e mais 70 quilômetros à direita, no sentido Uruará-Santarém, sem qualquer desnível e ainda com a passagem de um rio ao lado. Ou seja, para quem planta soja ou cria gado, representa uma mina de ouro.
Drones e incêndio
Outro crime denunciado por quem mora e, nesse caso específico, também por quem trafega na região é o uso de drones, pelos próprios produtores que adquirem essas áreas, para lançar combustível sobre as árvores. Depois disso, é só acender um fósforo que o fogo se encarrega do serviço. Para não incorrer em suspeitas, depois do estrago, os proprietários vão até uma delegacia registrar o ‘incêndio criminoso e pedir providências’ das autoridades.
Risco ao tráfego
À noite, a fumaça provocada pelos incêndios tem comprometido a visibilidade e aumentando os riscos de acidentes para quem pega a estrada no período noturno. A queima da área é necessária porque o plano inicial é, primeiro, transformar os lotes em pasto para engorda de boi. Assim que a terra “cansar”, entram as plantações de soja.
Denúncias anônimas
Fontes ouvidas pela Coluna
Olavo Dutra dão conta de que o Incra, em Santarém, já foi procurado
por alguns moradores que denunciaram o caso de forma anônima dado o risco de
‘mostrar a cara’ numa situação dessas. Mas, até o momento, nenhuma medida foi
tomada sobre o assunto pelo órgão federal.
Papo Reto
· O Congresso em Foco dá conta
de que, apesar da indefinição, na Câmara dos Deputados, sobre o artigo que
institui a taxação sobre compras em marketplaces internacionais
até US$ 50 do projeto de lei do Programa Mobilidade Verde e Inovação, o
presidente Lula se antecipou e afirmou que vai vetar o texto, caso a taxação
seja mantida.
· O veto tem o apoio da
primeira-dama Janja da Silva (foto), que, inclusive, já se
manifestou publicamente contra a taxação.
· Já está no Senado, com enorme
chance de aprovação, o projeto aprovado na Câmara que criminaliza a luta por
terra nos moldes operados pelo MST, ocupando prédios públicos ou de
propriedades rurais públicas ou privadas.
· Foi obra do general Emílio
Garrastazu Médici, entre 1970 e 1974, quando presidente do Brasil, a construção
do sistema de contenção de enchentes de Porto Alegre.
· Inclui 2,8 km de muros de
concreto, 68 km de diques de terra, 14 comportas de aço e 23 estações de
bombeamento, capazes de conter a elevação da cota máxima do rio Guaíba por até
6 metros. A enchente deste ano alcançou 5,3 m.
· Da inauguração para cá, os
gaúchos da capital elegeram dez prefeitos: cinco do PT; três do MDB, do PDT e
do PV.
· Nenhum deles, pelo que se
diz, deu a menor bola para a manutenção do sistema, que hoje se encontra
completamente sucateado, com apenas quatro das 23 estações de bombeamento
funcionando.
· Caberá
ao ministro Luiz Fux, do STF, decidir se mantém ou não a anistia de multas
aplicadas durante a pandemia em São Paulo, dada pelo atual governador Tarcísio
de Freitas.
· Atendendo
a uma ação movida pelo PT, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo a
derrubada da lei.
· A Câmara de Comércio Exterior
zerou até 31/12 a tarifa de importação para "garantir abastecimento de
arroz", diz o governo.
· Produtores nacionais, no
entanto, reiteram que "o Brasil tem suprimento suficiente", e que a
medida política do governo só servirá para derrubar o preço mínimo do produto,
prejudicando-os.