a mesma semana em que o Instituto Fogo Cruzado registrou que o bairro da Terra Firme, em Belém, teve seis tiroteios este mês, acumulando 14 no ano e 12 pessoas mortas, uma iniciativa envolvendo 30 entidades mostra que há um movimento em favor do bairro, também chamado Montese.

As sugestões para a melhoria da vida dos moradores, colocadas em seminários anteriores, foram reunidas em um documento - Carta em Defesa da Terra Firme - apresentado ao público e entregue a candidatos à Prefeitura de Belém quinta-feira, 22, no auditório da Paróquia de São Domingos.

Dos candidatos à Prefeitura de Belém, estiveram presentes apenas Wellingta Macedo, do PSTU; Raquel Brício, UP; Jefferson Lima, Podemos; e Ítalo Abati, Novo. O prefeito de Belém e candidato à reeleição, Edmilson Rodrigues, do Psol, confirmou presença, mas acabou representado pelo vice-prefeito, Edilson Moura. No mesmo horário, Edmilson, visitava as obras do Mercado de São Braz, no bairro vizinho.

O que é a Carta

A Carta em Defesa da Terra Firme é resultado de um esforço coletivo de mais de 30 organizações. A ideia inicial nasceu em um seminário, em julho, e previa a entrega do documento aos candidatos ao Executivo, Legislativo e lideranças comunitárias presentes ao evento. O seminário “Em Defesa da Terra Firme” é uma iniciativa que, há 18 anos, reúne organizações do bairro para propor ações na área da cultura, esporte, cultura, saneamento e meio ambiente, emprego e renda, segurança alimentar, educação e tudo que envolve o cotidiano do bairro.

As propostas saíram de debates realizados em grupos de trabalho temáticos e da plenária, que teve participação das pessoas, por meio da “Fila do Povo”, com microfone aberto para contribuições. Foram mais de 80 propostas.

Moradia digna

A Terra Firme tem uma longa história de luta, desde o processo de construção do território, em especial a luta pela moradia digna. Francisco Batista, um dos integrantes do grupo Chalé da Paz-Tela Firme, conta que as conquistas dos moradores do bairro foram frutos de mobilização popular.

“A importância de entregarmos o documento aos candidatos à Prefeitura de Belém é a reafirmação da identidade de um povo de luta. Esperamos que eles possam assumir compromissos que estão descritos na Carta. Destacamos nela a importância da criação de uma Secretaria de Periferia, a identificação das ruas do bairro, o fortalecimento das organizações culturais e iniciativas em defesa do meio ambiente, entre outras”, destaca.

‘Universo’ Terra Firme

Atualmente, a Terra Firme tem aproximadamente 61,4 mil habitantes. Segundo a Cartografia Participativa e Comunitária do Grupo Tela Firme, foram mapeados 57 projetos desenvolvidos pela comunidade daquele bairro. As mais de 80 propostas apresentadas pela população foram divididas em grupos de trabalho temáticos

“Falta muita coisa na Terra Firme: o transporte é precário, precisamos de mais creches, a saúde está ‘doente’, as ruas carecem de saneamento e nossa juventude precisa de trabalho, lazer e esporte, mas acreditamos no nosso potencial”, diz um morador do bairro.

Papo Reto

· Titular da Semob, Ana Valéria Borges (foto) assina o projeto-piloto entregue esta semana ao TCM que prevê as operações de ônibus elétricos em Belém.

· O documento contém o detalhamento das informações operacionais do serviço a ser prestado pelos veículos, de forma a responder a todas as questões levantadas pela corte de contas.

· No projeto também constam definições sobre rotas e linhas, questões relativas à manutenção e guarda dos veículos, bem como a definição do local para a implantação dos carregadores.

· A Semob está aguardando a manifestação do TCM para que possa iniciar os procedimentos necessários para a operação dos veículos.

· O prefeito Edmilson Rodrigues visitou as obras de requalificação do Mercado de São Brás e saiu animado. O projeto está 75% concluído.

· As obras foram iniciadas em 2023 e têm investimento da Prefeitura de Belém e do governo Federal. É uma das principais obras para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30.

· Cerca de 95% das novas vagas do Mais Médicos serão ocupadas por formados no País. O restante, por brasileiros graduados no exterior.

· Detalhe: o Nordeste receberá a maior parcela dos profissionais nesta nova etapa do programa.

· Zé Gotinha devagar: 60% das cidades brasileiras não alcançaram a meta de vacinação contra poliomielite, revela estudo da ONG ImpulsoGov, a partir de dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica.