ecentemente, Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, time que ocupa a lanterna do Campeonato Brasileiro da Série A, deu uma declaração polêmica ao cobrar publicamente os jogadores que atribuíam os fracassos em campo à falta de incentivo para o elenco. “Incentivo, não. Falta é vergonha na cara!”, bradou, em alto e em bom tom, o dirigente.
Apesar de polêmica, esse é o tipo de declaração que
dificilmente desagrada a torcida de times que ficam aquém do esperado em
torneios onde a briga é por acesso a divisões superiores. É o caso do inferno astral
vivido pelo Remo, cujo estádio, o Baenão, recebeu uma chuva de ovos lançados
por torcedores após a sétima derrota seguida, a terceira só na Série C, onde o
Leão ocupa a vice-lanterna e só não é o fona graças ao saldo de gols.
Histórico de fracassos
O problema é que se fala de um problema recorrente, cujo
histórico de fracassos tem feito do torcedor azulino motivo de chacota,
principalmente pelo maior rival, o Paysandu; e do time, um rosário de
frustrações que, ano após ano, tem afastado o clube dos títulos, das alegrias
e, principalmente, do equilíbrio financeiro.
Ano passado, já no final da gestão, Fábio Bentes,
ex-presidente azulino, participou de uma cerimônia no Tribunal Regional do
Trabalho que marcou o fim das dívidas trabalhistas do clube, e se arrastavam no
órgão há pelo menos duas décadas. Um marco para o equilíbrio financeiro do
clube, mas que segue sem resultados positivos concretos.
A culpa é do outro
Para piorar, o atual presidente azulino, Antônio Carlos
Teixeira, o Tonhão, revelou que a história não é bem assim. As dívidas, de
acordo com o mandatário azulino, teriam sido quitadas com os fornecedores, mas
não com o INSS. "Ainda existem pendências na Justiça do Trabalho e nosso
dinheiro ainda não foi liberado. Eu não recebi um tostão ainda do governo do
Estado, do Parazão, e nem a nossa cota da Copa do Brasil, que recebemos apenas
40%”.
Justiça não perdoa
Os débitos do Remo levaram ao bloqueio, pela Justiça do
Trabalho, de cerca de R$ 2 milhões entre cotas de patrocínio e direitos de
transmissão de TV. Para tentar se explicar, Tonhão, em entrevista ao radialista
José Maria Trindade, tentou jogar a responsabilidade para a gestão anterior -
razão pela qual foi bastante criticado por torcedores, sócios e beneméritos.
E a tendência é de que novas dívidas da mesma natureza
sigam complicando a vida de Tonhão e companhia. Mês passado, o treinador de
goleiros Juninho, que trabalhou no clube entre 2018 e 2023, decidiu jogar o
Leão na Justiça após sete anos de parceria. Está pedindo R$ 828 mil entre
salários atrasados e direitos trabalhistas não cumpridos. O clube tenta fechar
o acordo com o ex-funcionário.
Quem sabe domingo?
A sequência de derrotas tem tudo para ser interrompida no
próximo domingo, quando o Leão enfrenta o Floresta, do Ceará, lanterna da
competição e dono da defesa mais vazada do campeonato, jogo em Belém. Um
presente para as mamães e um alento para a torcida.
Afinal, do jeito que as coisas andam, manter-se na Série C
já seria um bom negócio para o Remo. Ainda que um negócio insignificante por
tudo o que representa e merece o torcedor.
Papo Reto
· Engraçado:
a Cohab alerta famílias atendidas pelo programa Sua Casa a acionarem o Procon
por prática abusiva na venda de material de construção, com preços de até 40%
acima do valor de mercado.
· E quem
vai ser acionado para fiscalizar o abuso no uso da máquina pública, incluindo
funcionários da companhia, para distribuição de verbas do programa?
· “Sua Casa” está sob controle exclusivo de dois deputados
estaduais e ninguém tasca. Ambos exploram o programa em favor do próprio cargo.
· Veja
como são as coisas. A roleta da sorte da Assembleia Legislativa colocou o
deputado Iran Lima (foto), do MDB, para confirmar o nome da
ex-deputada Ann Cunha à vaga do TCM.
· Para
quem alimentava o sonho de ganhar a vitaliciedade do cargo no Tribunal, parece
ironia do destino; e é.
· A Secretaria
de Saúde de Belém é acusada de ignorar - por não cumprir - a Lei
13.342, que obriga ao pagamento de insalubridade sobre o piso da categoria dos
agentes comunitários.
· Trata-se
de lei federal, que prevê o pagamento do adicional incidindo sobre o piso da
categoria, atualmente é de dois salários mínimos.
· A
Secretaria, porém, paga apenas o adicional sobre um salário
mínimo, causando um prejuízo mensal a mais de 3,3 mil servidores.
· Dizem
que o MP em Ananindeua será acionado por moradores de Marituba cobrando
providências da prefeitura contra “o escárnio” representado pelo programa de
asfaltamento de ruas bancado pela Secretaria de Obras do Estado.
· Trechos
considerados importantes do sistema viário secundário da cidade sucumbiram às
chuvas em menos de seis meses e hoje aprisionam os moradores entre crateras e o
caótico trânsito na BR-316.
· E o
Remo, hein? Mandou cinco para o olho da rua. Sinal de que o passado não ensinou
o dever de casa do futuro. Até quando...