Em greve há um mês, Uepa agoniza e mantém apenas serviços essenciais; colapso pode ocorrer no dia 30.

Indicativo de greve dos professores está marcado; reivindicações incluem mais vencimentos e investimentos do Estado.

27/04/2024 08:15
Em greve há um mês, Uepa agoniza e mantém apenas serviços essenciais; colapso pode ocorrer no dia 30.
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que começou com a paralisação dos servidores administrativos há 30 dias, deve se estender aos professores, no final deste mês, data do indicativo de greve, com grandes chances de se confirmar.  Será a paralisação total da instituição.


Reitor não se desincumbiu da tarefa de negociar com os professores e a paralisação se aproxima/Fotos: Divulgação.

O movimento, que reduz as atividades da universidade estadual apenas aos atendimentos essenciais, já não atende apenas à cobrança do pagamento de 15% de defasagem salarial ou do vencimento base, que é menor do que recebem os professores do quadro da Secretaria de Educação, mas a uma série de outros motivos.

 

Lista de lamúrias

 

Nessa lista constam denúncias de recursos mínimos repassados à Universidade para projetos de pesquisa e extensão, que são pilares indissociáveis do conceito de universidade; falta de recursos para manter o programa Formapará, projeto que levou educação superior a todo o Estado, por meio de convênio com a Secretaria de Ciência e Tecnologia; o plano de carreira, que já tem quase 30 anos e só recebe remendos - mas já deveria estar modificado há 20 anos - e o silêncio do governo, que faz de conta que a instituição vive às mil maravilhas na propaganda institucional e redes sociais.

 

Justiça seja feita

 

A verdade é que um professor que ingressa hoje na Uepa com especialização ganhará, ao final do mês, R$ 5,8 mil por 40 horas de trabalho semanal, enquanto na Secretaria de Educação ganharia R$ 9,3 mil, já contando todas as gratificações. Se tivesse mestrado, na Uepa ganharia R$ 7,8 mil, e na Secretaria de Educação, pouco mais de R$ 10 mil. Apenas se tiver doutorado o professor ganharia R$ 12,3 mil na Uepa, pois a Secretaria paga apenas R$ 10,8 mil.

 

Saiu da reta, mas...

 

Dizem os professores que o governo do Estado entregou as negociações ao reitor Clay Chagas, que tem sido obediente, mas não resolve absolutamente nada quando o assunto é dinheiro. A Universidade é completamente dependente do orçamento do Estado - e o estado do quadro profissional da instituição é cada vez pior, empurrando a categoria para a paralisação no chamado Dia do Trabalho. Afinal, educação não é potoca.

 

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