Estado e município ignoram decisão da Justiça e paciente morre por falta de atendimento adequado

Ordem de transferência para hospital de referência datada de 13 dias atrás passou em branco; familiares devem recorrer.

30/04/2024 11:00

Não apenas dois dos maiores prontos socorros de Belém vivem situação caótica; quadro se estende praticamente a toda rede de saúde/Fotos: Divulgação.


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om risco iminente de ter as duas pernas amputadas por apresentarem quadro de necrose, a dona de casa Maria Elizabeth Teixeira Lima, de 66 anos, residente no bairro da Pedreira, aguardou, desde o dia 17 deste mês, o cumprimento de ordem judicial para a sua transferência imediata do Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, da travessa 14 de Março, para um hospital de referência da rede pública, mas não resistiu.

 

Aos familiares, entre eles dois filhos - um biológico, de 17 anos, outro adotado, já adulto -, a direção do pronto socorro alegou que a rede pública de Belém está congestionada, daí a impossibilidade de atender. Por se tratar de uma justificativa recorrente, a informação soou falta para os familiares. Maria Elizabeth se viu privada de atendimento adequado e morreu, enquanto a família, envolvida com os funerais desde ontem, dia do falecimento, ficou de decidir sobre as providências a tomar para tentar reparar a falha do Estado.


Ouvidos de mercador

A ação, impetrada no 2º Juizado Especial da Fazenda Pública de Belém por meio de advogado Jonatas Moura Santos, intimava, desde o dia 17, as secretarias de Saúde do Estado e a de Belém, com multa diária estabelecida em R$ 2 mil, prevendo o deslocamento da paciente em caráter emergencial para estabelecimento de saúde da rede privada em caso da falta de leito no serviço público.


A petição cita que as duas secretarias “viabilizem a transferência para leito em clínica médica em hospital de referência no tratamento de infecções de partes moles de membro inferior...” No trecho seguinte, destaca que a paciente apresenta diagnóstico de CID E10.5 - referente a diabetes , e está acometida de infecção no membro inferior - perna esquerda -, com risco de perda em razão de necrose, necessitando de atendimento imediato para cirurgia vascular e procedimento de revascularização do membro”.


Uma vida; ponto final

A família entrou em pânico com o quadro clínico que então afetava as duas pernas e, segundo informações, envolvia uma bactéria ainda não identificada. Parentes chegaram a procurar o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado com a ordem judicial nas mãos, mas a situação, considerada bastante delicada, não teve resolução.


Ontem, segunda-feira, 29, conforme uma pessoa da família, a paciente, que também era hipertensa, apresentou evolução do caso que já era grave: “pressão e saturação baixas, sem se alimentar e sem dormir. Querem levar para a UTI, mas não tem leito”, disse uma pessoa da família.

 

Papo Reto

 

O grupo israelense Elbit Systems ganhou a licitação - que durou dois anos para ser concluída - para a compra de 36 viaturas blindadas de obuses 155 mm, uma espécie de canhão de grande alcance e precisão que será utilizado pela artilharia do Exército.

 

O negócio beira R$ 1 bilhão e o resultado do certame causou grande irritação no presidente Lula (foto) por conta das questões geopolíticas, já que o presidente tem feito críticas à conduta de Tel Aviv no conflito contra o grupo terrorista Hamas.

 

Finalmente, a Azul vai comprar a Gol, mas o céu da voadora não é nada azul, dizem os habituais viajantes. 

   
Pesquisadores londrinos testam a primeira vacina "personalizada" de RNA mensageiro (mRNA), projetada para combater o melanoma, a forma mais letal de câncer de pele.

 

Deu no site Metrópoles: das 27 unidades da federação, 23 estimam que fecharão as contas no vermelho em 2024.

 

A informação tem base em estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, com base na Secretaria do Tesouro Nacional. O valor total do saldo negativo foi estimado em R$ 29,3 bilhões.

 

Na lista dos quatro Estados que terão receita suficiente para cobrir as despesas aparecem São Paulo, Amapá, Espírito Santo e Mato Grosso. O Rio de Janeiro é a unidade federativa com maior déficit estimado para 2024: R$ 10,4 bilhões, um terço do rombo total.


Estão na pindaíba Minas Gerais, com resultado negativo de R$ 4,2 bilhões, e Ceará, com buraco de R$ 3,9 bilhões. A lista dos cinco piores é fechada pelo Paraná e pelo Rio Grande do Sul, com déficits estimados em R$ 3,5 bilhões e R$ 3,1 bilhões, respectivamente.

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