ão é exagero dizer que a “República de Ananindeua” está na ponta da faca. A “guerra política” deflagrada nos últimos meses, tendo como contendores o governador Helder Barbalho e o prefeito Daniel Santos, entra em um ponto crítico a sete meses das eleições municipais, o que remete ao fato de que ainda estará muito distante de 2026, quando, teoricamente, se não ocorrer nenhum acidente de percurso intransponível, Daniel enfrentará a atual vice-governadora, Hana Ghassan, na disputa pela cadeira hoje ocupada por Helder no Palácio do Governo. Vai faltar água para passar por debaixo de tantas pontes.
O último capítulo desta contenda insana
foi escrito no último dia 24, quarta-feira, quando o Grupo de Atuação no
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público solicitou à Justiça,
em caráter de urgência, medida cautelar de busca e apreensão, bloqueio e sequestro
de bens e afastamento de funções públicas de pessoas ligadas ao prefeito dentro
do procedimento investigativo criminal 06.2024.00000272-2. A Justiça ainda não
se manifestou, mas...
Denúncia anônima
O caso trata de denúncia anônima,
carimbada de notícia crime, datada de fevereiro deste ano, dando conta de um
suposto esquema instalado no Instituto de Assistência do Servidor Público do
Estado do Pará (Iasep), entre cujos beneficiários estaria o Hospital Santa
Maria, de propriedade de Daniel Santos. Os fatos correspondem ao período de
2019 a 2023, mas só foram desengavetados agora pelo MP. A operação do Gaeco
aponta para o hospital e residências de pessoas ligadas ao prefeito, inclusive
a do seu sócio, Elton Brandão e do chefe de gabinete da prefeitura, Ed Wilson.
Inauguração sob risco
Por uma razão qualquer, a Justiça ainda não autorizou a medida, mas a informação inicial sobre a possível operação, publicada originalmente por Diógenes Brandão(https://estadodoparaonline.com/operacao-policial-mira-pessoas-ligadas-ao-prefeito-de-ananindeua/), acendeu o sinal amarelo na “República de Ananindeua: não aconteceu hoje, mas pode acontecer na próxima semana, senão - suprema coincidência !-, na véspera, ou no dia seguinte à inauguração do Parque Maguari, o cartão postal de Ananindeua que Daniel tem como ‘a cereja do bolo’ da administração, que tem programação de inauguração marcada para o próximo domingo.
Papo Reto
Convenhamos: Belém é uma terra tão
esquisita que contraria até a noção segundo a qual “a Justiça tarda, mas não
falha”. A verdade é que não só tarda - algumas vezes, além da conta -, como
falha. E muito.
A prescrição de crimes, por exemplo,
rende uma lista de tamanho considerável, incluindo aqueles com o selo de
“falsidade ideológica”, engavetados “ad eternum”.
Esses indivíduos, que se apresentam
em nome de profissões para as quais não são habilitados, deveriam ser alvo do
crivo dos conselhos de classe a que supostamente pertencem.
Aos conselhos caberia inscrever seus
profissionais, prévia e definitivamente, e fazer uma varredura no Judiciário
para saber se, quando estagiários, esses indivíduos tentaram se passar por
profissionais e se respondem por crime de falsidade ideológica.
Se assim o fizessem, os conselhos
poderiam pelo menos aguardar o trânsito em julgado para saber se o sujeito
servirá ou não para representar a classe. Se não servir como estagiário, não
servirá como profissional.
Mas, como diz o ditado, se conselho
fosse coisa boa, deveria ser vendido, não dado, ora bolas! Acontece que por
falta deles é que tem muito bandido posando do mocinho, inclusive em cargo
público. Bons entendedores entenderão.
Quer dizer que o deputado Erick
Monteiro tirou uma carta da manga, talvez a única? Moral da história: quem não
tem - carta na manga - tem medo.
Ricamente encadernado, o icônico
livro do padre Giovanni Gallo, a ser lançado pelo Instituto Dea Maiorana, vem
com preço salgado: R$ 250 o exemplar. A sorte é que os maiores interessados são
pesquisadores e colecionadores.
Enquanto a nova direção da Companhia
de Portos e Hidrovias se ajusta, agora sob o comando do suplente do senador
Beto Faro, Josenir Nascimento (foto), o Terminal Hidroviário de
Icoaraci fica a ver navios, literalmente.
Perguntar não ofende: a quem
interessa, afinal, riscar do mapa Brasil BioFuels?. A empresa, que atua na
região de Acará-Tomé-Açu, é técnica e economicamente viável, mas está sendo
esmagada que nem dendê.