MP mira "República de Ananindeua" em operação contra hospital do prefeito com base em denúncia anônima

Pedido de medida cautelar ainda não recebeu sinal verde da Justiça, mas operação pode até "melar" inauguração do novo cartão postal da cidade.

26/04/2024 12:50
MP mira
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ão é exagero dizer que a “República de Ananindeua” está na ponta da faca. A “guerra política” deflagrada nos últimos meses, tendo como contendores o governador Helder Barbalho e o prefeito Daniel Santos, entra em um ponto crítico a sete meses das eleições municipais, o que remete ao fato de que ainda estará muito distante de 2026, quando, teoricamente, se não ocorrer nenhum acidente de percurso intransponível, Daniel enfrentará a atual vice-governadora, Hana Ghassan, na disputa pela cadeira hoje ocupada por Helder no Palácio do Governo. Vai faltar água para passar por debaixo de tantas pontes.


Dizem que a operação teria sido abortada, mas não arquivada. Além do hospital, pessoas ligadas ao prefeito estão na lista do Gaeco/Fotos: Divulgação.

O último capítulo desta contenda insana foi escrito no último dia 24, quarta-feira, quando o Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público solicitou à Justiça, em caráter de urgência, medida cautelar de busca e apreensão, bloqueio e sequestro de bens e afastamento de funções públicas de pessoas ligadas ao prefeito dentro do procedimento investigativo criminal 06.2024.00000272-2. A Justiça ainda não se manifestou, mas...

 

Denúncia anônima

 

O caso trata de denúncia anônima, carimbada de notícia crime, datada de fevereiro deste ano, dando conta de um suposto esquema instalado no Instituto de Assistência do Servidor Público do Estado do Pará (Iasep), entre cujos beneficiários estaria o Hospital Santa Maria, de propriedade de Daniel Santos. Os fatos correspondem ao período de 2019 a 2023, mas só foram desengavetados agora pelo MP. A operação do Gaeco aponta para o hospital e residências de pessoas ligadas ao prefeito, inclusive a do seu sócio, Elton Brandão e do chefe de gabinete da prefeitura, Ed Wilson.

 

Inauguração sob risco

 

Por uma razão qualquer, a Justiça ainda não autorizou a medida, mas a informação inicial sobre a possível operação, publicada originalmente por Diógenes Brandão(https://estadodoparaonline.com/operacao-policial-mira-pessoas-ligadas-ao-prefeito-de-ananindeua/), acendeu o sinal amarelo na “República de Ananindeua: não aconteceu hoje, mas pode acontecer  na próxima semana, senão - suprema coincidência !-,  na véspera, ou no dia seguinte à inauguração do Parque Maguari, o cartão postal de Ananindeua que Daniel tem como ‘a cereja do bolo’ da administração, que tem programação de inauguração marcada para o próximo domingo.



 

Papo Reto

 

Convenhamos: Belém é uma terra tão esquisita que contraria até a noção segundo a qual “a Justiça tarda, mas não falha”. A verdade é que não só tarda - algumas vezes, além da conta -, como falha. E muito.

 

A prescrição de crimes, por exemplo, rende uma lista de tamanho considerável, incluindo aqueles com o selo de “falsidade ideológica”, engavetados “ad eternum”.

 

Esses indivíduos, que se apresentam em nome de profissões para as quais não são habilitados, deveriam ser alvo do crivo dos conselhos de classe a que supostamente pertencem.  

 

Aos conselhos caberia inscrever seus profissionais, prévia e definitivamente, e fazer uma varredura no Judiciário para saber se, quando estagiários, esses indivíduos tentaram se passar por profissionais e se respondem por crime de falsidade ideológica.

 

Se assim o fizessem, os conselhos poderiam pelo menos aguardar o trânsito em julgado para saber se o sujeito servirá ou não para representar a classe. Se não servir como estagiário, não servirá como profissional.

 

Mas, como diz o ditado, se conselho fosse coisa boa, deveria ser vendido, não dado, ora bolas! Acontece que por falta deles é que tem muito bandido posando do mocinho, inclusive em cargo público. Bons entendedores entenderão.

 

Quer dizer que o deputado Erick Monteiro tirou uma carta da manga, talvez a única? Moral da história: quem não tem - carta na manga - tem medo.

 

Ricamente encadernado, o icônico livro do padre Giovanni Gallo, a ser lançado pelo Instituto Dea Maiorana, vem com preço salgado: R$ 250 o exemplar. A sorte é que os maiores interessados são pesquisadores e colecionadores.

 

Enquanto a nova direção da Companhia de Portos e Hidrovias se ajusta, agora sob o comando do suplente do senador Beto Faro, Josenir Nascimento (foto), o Terminal Hidroviário de Icoaraci fica a ver navios, literalmente.

 

Perguntar não ofende: a quem interessa, afinal, riscar do mapa Brasil BioFuels?. A empresa, que atua na região de Acará-Tomé-Açu, é técnica e economicamente viável, mas está sendo esmagada que nem dendê.

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